O movimento da neovanguarda nas sua implicações de “campo expandido” – ISABEL NOGUEIRA
05 MAIO > 18H00 I AUDITÓRIO LAGOA HENRIQUES
Em meados do século XX, no contexto do designado movimento geral da neovanguarda internacional, o debate artístico deslocou-se para o conceito, extensão e função do objecto. As formas artísticas e os suportes misturam-se vertiginosamente. A título de exemplo, a própria palavra happening terá começado por ser utilizada por Allan Kaprow, entre 1958 e 1959, no intuito de designar as suas experiências intituladas 18 happenings in six parts, apresentadas na Reuben Gallery, em Nova Iorque. Por outro lado, o assemblage superava os aborrecidos e retóricos limites da pintura e da escultura, ao mesmo tempo que trazia para a forma artística os objectos do quotidiano.
De facto, emergiu uma série de movimentos e de tendências que teve em comum a superação das fronteiras disciplinares da arte – o também denominado “campo expandido” –, buscando novos limites e abordagens, muitas destas de carácter performativo, fílmico, videográfico e fotográfico. Criaram-se situações artísticas inovadoras e interactivas, muitas na esteira do dadaísmo, nomeadamente pelo seu carácter radical e efémero. A arte da performance conhece um notável e inédito desenvolvimento. O jogo torna-se relevante, como acontecimento existencial, no qual o momento da realização é o verdadeiramente determinante. Nesta sessão teremos por objecto uma reflexão sobre o momento implicativo da neovangurda internacional, evocando alguns exemplos significativos da interacção de linguagens e de suportes.