Meeting Point — Fantin-Latour / Manuel Botelho no Museu Calouste Gulbenkian
25 JUNHO > 26 OUTUBRO I MUSEU CALOUSTE GULBENKIAN
O Museu Gulbenkian apresenta o segundo momento de Meeting Point, uma iniciativa que promove diálogos entre as colecções do Museu Gulbenkian e do Centro de Arte Moderna. Depois de ter confrontado uma obra de Rembrandt com outra de Paula Rego, no ano passado, dá-se agora um encontro improvável entre o pintor novecentista francês Henri Fantin-Latour e o artista português contemporâneo Manuel Botelho.
Nas obras escolhidas pela curadora Helena de Freitas para este confronto, Fantin-Latour e Manuel Botelho são rigorosos na metodologia de construção de uma natureza-morta, utilizando a composição como base do seu trabalho plástico, mas a escolha de objetos é muito diferente.
Sob a luz doméstica e difusa de Henri Fantin-Latour vemos a toalha branca sobre a mesa, a transparência dos vidros, a estrutura delicada das flores e dos frutos, a faca imaculadamente limpa para os abrir. Já na obra de Manuel Botelho, o foco de luz de um candeeiro rude ilumina o dinheiro sujo, as cartas viciadas, as garrafas bebidas, os vidros opacos, as facas manchadas, os gestos corrompidos.
O mote do conflito entre estas obras e autores é imediatamente descodificável, podendo a faca ser o objeto mais significante, na coincidência formal das várias composições e da nossa atenção visual.
Este poderia ser um primeiro olhar par o exercício que se pretende desenvolver com a criação deste improvável encontro.
Newsletter Junho 2015, Fundação Calouste Gulbenkian, (p 25)
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