Investigação artística e as metodologias anti-coloniais
Oswaldo Guayasamin: Los Condenados de la Tierra, no 6. La Edad de la Ira.
Colección Fundación Guayasamín. Quito. Ecuador
08 MARÇO 2023 > 11H00 I SALA 3.60
Neste encontro e partilha de conhecimentos, estudantes de diversos programas de doutoramento da FBAUL colocam em movimento as metodologias e instrumentos críticos, históricos e conceituais que servem como ferramentas analíticas nos seus processos de investigação para dar conta da relação entre “Investigação artística e as metodologias anti-coloniais”.
A partir dos trabalhos de autoras e autores como Edward Said, Stuart Hall, Albert Memmi, Frantz Fanon, Gayatri Spivak, Patricia Hill Collins, bell hooks, Silvia Rivera Cusicanqui, Linda T. Smith, a teoria pós-colonial, decolonial e dos estudos da subalternidade serão problematizados alguns conceitos centrais para as metodologias nas artes tais como: a fratura entre investigador e investigado, tempo, espaço, história, teoria, escrita, individuo e sociedade, corpo/mente, conceitos chave que marcam a produção epistemológica atual.
Participantes:
Izabelle Louise Monteiro Penha
Indígena Tremembé e doutoranda em Artes, FBAUL-CIEBA. Na sua investigação apresenta um estudo inédito da relação entre a Encantaria – seres da floresta que estão presentes na cosmogonia Tremembé –, e a Imagem-espírito (utupë) de Davi Kopenawa – o verdadeiro interior dos seres da floresta na cosmogonia Yanomani. Por meio do gênero docuficção será partilhado uma criação audiovisual com os Tremembé sobre a Encantaria, a partir de Metodologias Decoloniais Indígenas.
Tiago Amate
Artista-pesquisadore ludovicense, investiga relações (im)possíveis entre imagens em movimento e corpos dançantes. Mestre em Dança, integra o grupo de pesquisa Ágora (PPGDança UFBA/CNPq). Suas investigações se dão na perspectiva da dança enquanto matéria indissociável do pensamento, relacionando-a com imagens dissidentes à hegemonia cênico-narrativa do cinema ocidental. Doutorando em Artes Performativas e da Imagem em Movimento (FBAUL), desenvolve o projeto transdisciplinar Cartas que dançam ao sul, uma pesquisa teórico-prática que visa a criar iconografias críticas ao colonialismo patriarcal.
Denise Santos
Designer de histórias, estudante e artista negra com interesse em aspetos intelectuais, políticos e artísticos da descolonialidade no design e na cultura. Atualmente encontra-se a finalizar a dissertação de mestrado intitulada “Designer enquanto viajante entre narrativas (anti)coloniais – uma abordagem sobre aspetos da iconografia gráfica e visual de Cabo Verde e a sua diáspora”, na ESAD das Caldas da Rainha. Enquanto filha de país cabo-verdianos, procura a valorização do passado, presente e futuro de pessoas negras, reescrevendo e reconstruindo histórias de forma crítica e descolonial.
Lucas Camargo de Barros
Doutorando em Artes (FBAUL). Roteirista, realizador e montador. Analisa as representações de patologias fisiológicas e psicológicas no cinema contemporâneo como estratégia de subversão formal nos filmes “L’Intrus” (Claire Denis, 2004), “O tio Boonmee que se lembra das suas vidas anteriores” (Apichatpong Weerasethakul, 2010) e “E agora, lembra-me?” (Joaquim Pinto, 2013). Metodologicamente, tem uma abordagem interdisciplinar entre narrativas médicas e estética cinematográfica a fim de problematizar tais regimes de produção de imagem.
Moderador:
Dr. Fabián Cevallos Vivar.
Investigador da FBAUL-CIEBA. Doutor em Pós-Colonialismos e Cidadania Global pela Universidade de Coimbra. Mestre em Educação Superior pela Universidade de Barcelona. Licenciado em Filosofia, Sociologia e Economia pela Universidade de Cuenca-Equador.