finalistas de pintura faculdade de belas-artes ulisboa 18’19
30 JULHO > 24 AGOSTO I SOCIEDADE NACIONAL DE BELAS-ARTES
Inaugura no dia 30 de julho às 18h30 a exposição FINALISTAS DE PINTURA FACULDADE BELAS-ARTES ULISBOA 18’19, na Sociedade Nacional de Belas-Artes.
A exposição ficará patente até 24 de agosto.
horário schedule
2ª a 6ª › 12h–19h
sábado › 14h–20h
monday to friday › 12am to 7pm
saturday › 2pm to 8pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, com a prestimosa colaboração da Sociedade Nacional de Belas-Artes, vem dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pelos seus finalistas, dando continuidade a idênticos eventos anteriores.
A exposição abrange a totalidade dos finalistas tendo sido organizada em duas fases distintas: a apresentação de um conjunto de obras escolhidas pelos alunos -por vezes apenas uma obra; a selecção das obras consideradas mais representativas dos percursos efectuados pelos discentes, sem qualquer tipo de actuação censória.
A reflexão sobre as obras expostas, num momento em que a definição de obra de arte parece depender cada vez mais de um acto de legitimação, radica no património de conhecimentos e experimentações efectuadas no seio das diferentes vanguardas artísticas do séc. XX.
Considera-se a possibilidade de, com o nosso olhar de contemporaneidade, recorrermos a teorias e conceitos de artistas que, a seu modo, nos finais do séc. XIX estiveram presentes no surgimento da arte do séc. XX à qual em grande parte ainda estamos ligados, como é o caso de um texto de 1890, no qual Maurice Denis defendia – sob o dogma da sua própria arte – que uma obra de arte antes de ser uma batalha de cavalos, um nu, ou seja o que for, era uma superfície plana coberta de cores segundo uma determinada ordem.
Em abono da verdade, a arte da pintura sempre utilizara a parede, a madeira ou a tela como suporte. O que Maurice Denis não podia adivinhar era a grande transformação que se viria a operar ao longo de todo o séc. XX, quer a nível de materiais/meios, quer na exploração dos elementos da linguagem pictórica. Porém, num princípio tinha razão: a arte possuía e vem possuindo uma determinada ordem, uma estrutura, uma intencionalidade, muito para além da sua referência privilegiando a cor, a saber: uma composição.
Quando posteriormente, noutro texto de 1898, Maurice Denis defendeu, referindo-se aos pintores/artistas que, a criação de uma obra de arte estava no saber e na vontade do artista, deu-nos a seu modo, a chave que nos permite direcionar o nosso olhar para as obras em presença partindo destes dois princípios sugeridos: o saber e a vontade do artista.
Estes jovens autores expondo-se, expõem um percurso feito de uma diversidade de saberes acumulados orientados a partir do desenvolvimento e apuramento das suas propostas de trabalho.
Sem tentações de adjectivação de valor e, ou, de gosto, esperamos que a consolidação dos percursos destes jovens possa coexistir em os dois princípios fundamentais de Maurice Denis que não será demais enfatizar: o saber e a vontade do artista.
João Pais