em cc. — suspensão e gravidade
19 SETEMBRO > 17 OUTUBRO I CISTERNA BELAS-ARTES
A Cisterna da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa acolhe a exposição de trabalhos desenvolvidos pelos alunos finalistas da pós-graduação em “Discursos da Fotografia Contemporânea” intitulada “Em Cc. – suspensão e gravidade” com curadoria de Sérgio Fazenda Rodrigues.
Esta mostra apresenta os resultados do trabalho autoral desenvolvido pelos alunos desta pós-graduação num espaço em que, para vosso conhecimento, as paredes só têm um lado, a gravidade se faz sentir e o tempo se suspende por instantes.
horário schedule
2ª a 6ª › 11h–18h
sáb › 15h–19h
monday to friday › 11am to 6pm
saturday › 3pm to 7pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
Esta exposição está integrada no Bairro das Artes.
Todos os inícios incorporam o seu próprio fim. A insignificante semente de um carvalho possui já toda a informação genética das condições para o seu desenvolvimento, mutações e morte. Ciclos, de maior ou menor dimensão, constroem um contínuo na espuma dos dias. Os começos e os finais sucedem-se de forma orgânica indiscerníveis na camuflagem das metamorfoses não apreensíveis à visão fragmentária. Mais alguns ciclos terminam com a presente exposição: o do ano letivo 2018/19, o término de algumas colaborações, abordagens, ilusões e desilusões. Em todas elas se funde, numa indistinta massa, o sentido de fecho e de (re)início.
A oliveira não morre por ser transplantada para outro local, apenas reinicia o seu estado orgânico com nutrientes e ventos distintos. Espero que todos aqueles que alteram agora o seu estado possam colher sol e ventos favoráveis nos seus novos terrenos profissionais, quer sejam artísticos ou de outra ordem. No fundo, todos os novos anos são novos. Tudo se passa de modo distinto quer se deva a factores internos ou externos, às dinâmicas de grupo ou apenas ao simples fluir dos dias. Os trabalhos resultantes, tenham maior ou menor importância no percurso de todos os envolvidos, são como partículas em suspenso de um longo caminho. Uma espécie de poeira que se mantém persistentemente no ar após termos pisado a terra. Mais do que a pegada, desinteressante impressão direta, a poeira tem o perturbador efeito de se manter no ar, metamorfosear-se, ligar-se ao vento e deslocar-se para longe. Aí, poderá iniciar um novo ciclo.
Rogério Taveira
(Coordenador da Pós-Graduação em Discursos da Fotografia Contemporânea)