Congresso – O Retrato: representações e modos de ser
6 – 8 NOVEMBRO | GRANDE AUDITÓRIO BELAS-ARTES E SALA POLIVALENTE MNAC
O Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado (MNAC-MC), o Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IHA-FCSH/NOVA), a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), o Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM) e os Amigos do Museu do Chiado convidam a comunidade científica e académica a apresentar propostas de comunicação e painéis sobre o Retrato.
A representação do outro ou outros — ou do mesmo, no auto-retrato — tem sido uma constante na Arte. Poderoso documento do desejo de perenidade, do estatuto pessoal, social e artístico, do modo como ambicionamos ser vistos na vida e na posteridade, o retrato tem sido vastamente estudado e revisitado. Num ano em que Lisboa vê o tema reabordado, numa grande exposição no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), e em que a reposição de colecção do MNAC-MC retoma um núcleo de retrato Oitocentista, o tema potencia o diálogo.
Da sensibilidade romântica à observação do natural e ao registo psicológico, o retrato cruza o século XIX analisando e registando modos distintos de ser, num leque que abrangeu o espelho de afirmação individual, ao reflexo de ambientes sociais, políticos e económicos de várias gerações. Oscilando também entre múltiplos registos, no século XX e agora no XXI, o retrato ampliou a sua polissemia, reexaminando aspectos sociais, decorativos ou artísticos, ou captando tensões e desigualdades sociais, e prosseguindo pela incursão onírica, multiplicando-se e fragmentando-se ou reconfirmando-se na reivindicação da experiência de simulacro, da autorreflexividade ou da alegoria.
Assim, convidamos os investigadores interessados a apresentar propostas de comunicações sobre os modos do retrato, desde o retrato social e político (gendarizado, criador de estatuto, definidor de poder e memória, estruturador do mito histórico), à construção da intimidade, à elaboração de conceitos normativos de beleza ou fealdade, seja na representação do outro (ou em formas de ausência) ou na auto-representação. Convidamos todos os interessados a reflectir e a problematizar connosco aspectos do retrato na contemporaneidade, entendendo-a em termos latos, não excluindo antecedentes históricos e artísticos iluminadores do contexto actual e das formas de recepção.
Numa época em que as disciplinas se cruzam, acolheremos com igual interesse os estudos sobre vários media artísticos (pintura, escultura, desenho, gravura, fotografia, vídeo, instalação), incluindo o recurso ao desenho científico na ciência forense como capaz de recuperar informação histórica e social crucial, bem como a entrevista, o documentário, a reflexão filosófica e a criação literária.
As comunicações serão de 20 minutos e podem incidir sobre temáticas como:
Genealogia do retrato | Quem representa quem e porquê / Quem é representado e porquê | A expressão e seus paradigmas | Observação e registos do rosto/corpo | As ciências do rosto/corpo | Os tempos do rosto/corpo | Políticas da expressão | Fisionomia, vestuário e beleza | Auto-observação, auto-imagem | Selfies and ussies: retratos nas redes sociais | Imagem e estatuto | Totalidade e fragmento | O retrato individual, familiar e de grupo | O retrato animal | O rosto/corpo comunicante | O poder da máscara | Entre a intimidade e a política | Por baixo da pele | Retrato sexualizado/retrato e género | O retrato literário | Verdade e verosimilhança | A construção da história