Ângela Ferreira é a vencedora da 11ª edição do prémio NOVO BANCO PHOTO 2015
17 JUNHO > 11 OUTUBRO I MUSEU COLECÇÃO BERARDO
© Fernando Piçarra
ÂNGELA FERREIRA É A VENCEDORA DA 11ª EDIÇÃO DO PRÉMIO NOVO BANCO Photo 2015
Os finalistas desta edição do prémio eram Ângela Ferreira (Portugal), Ayrson Heráclito (Brasil) e Edson Chagas (Angola), cujas obras estão expostas desde Junho até 11 de Outubro no Museu Berardo.
Ângela Ferreira, docente da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, foi a vencedora da 11ª edição do Prémio NOVO BANCO PHOTO 2015 com a instalação “A tendency to Forget”.
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ÂNGELA FERREIRA | AYRSON HERÁCLITO | EDSON CHAGAS
O NOVO BANCO e o Museu Coleção Berardo anunciam os três artistas selecionados para a edição de 2015 do Prémio NOVO BANCO Photo, o mais importante prémio de arte contemporânea realizado em Portugal – Ângela Ferreira (Lisboa), Ayrson Heráclito (Salvador da Baía) e Edson Chagas (Luanda).
O NOVO BANCO mantém, desta forma, a sua aposta de mecenato cultural na área da fotografia, dando continuidade ao formato e ao valor pecuniário do prémio, bem como os pressupostos de internacionalização por via da seleção dos artistas, que podem ser de nacionalidade portuguesa, brasileira ou dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
O critério de seleção dos artistas requer que estes tenham efetuado uma exposição de obras em suporte fotográfico e/ou a edição de uma publicação durante 2014.
A escolha destes artistas foi da responsabilidade de um júri de seleção representativo do triângulo geográfico referido, composto por Luís Silva (Lisboa), fundador e diretor da Kunsthalle Lissabon; Adriano Pedrosa (São Paulo), diretor artístico do Museu de Arte de São Paulo; e Bisi Silva (Lagos), fundadora e diretora do Centre for Contemporary Art, em Lagos, que analisaram o panorama expositivo da fotografia no período a que reporta o prémio (2014).
Ângela Ferreira foi nomeada pelo júri «pela sua exposição individual Indépendance Cha Cha, apresentada em 2014 na galeria Lumiar Cité em Lisboa. Esta exposição surge como uma continuação do projeto que a artista desenvolveu para a Bienal de Lubumbashi, justapondo uma forma escultórica reminiscente da arquitetura colonial do centro de Lubumbashi e dois vídeos. Um dos vídeos documenta uma performance, apresentada na bienal, que lida com narrativas de trabalho forçado nas minas daquela zona; o outro mostra a interpretação de Indépendance Cha Cha, um hino emblemático dos movimentos independentistas da África francófona na década de 1960.»
Na opinião do júri, Edson Chagas, no seu trabalho, «usa o contexto urbano de cidades como Luanda, Londres ou Newport como cenário para criar um “arquivo” de objetos banais. O seu interesse centra-se em captar a forma como os objetos abandonados, dispersos pela cidade, oferecem um olhar sobre os hábitos de consumo de um determinado local. Ao fotografar estes objetos, por vezes movendo-os para criar a sua própria composição, o artista cria uma relação entre o objeto e o contexto, entre uma ideia e a realidade. Edson Chagas foi nomeado para o NOVO BANCO Photo 2015 pela exposição Luanda, Encyclopedic City, em representação de Angola na 55.ª Bienal de Veneza (2013), onde conquistou o Leão de Ouro pela melhor participação nacional, bem como pela sua exposição individual na galeria Belfast Exposed Photography (2014), onde apresentou a série em curso Found Not Taken.»
Para o júri, Ayrson Heráclito na sua obra «investiga as ricas relações entre África e o Brasil, explorando as ligações políticas, sociais e culturais entre estes dois territórios, demonstrando um interesse especial na história da escravatura e nas religiões afro-brasileiras, de uma perspetiva privilegiada: Salvador, Bahia, a capital do Brasil africano, onde vive e trabalha. O vídeo e a fotografia são os principais suportes utilizados pelo artista, que também recorre a instalações e outros media. No ano passado, Ayrson Heráclito participou em várias exposições, onde apresentou trabalhos como Segredos Internos (1999-2009) em Do Valongo à Favela (Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro), Múltiplo II em Histórias Mestiças (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo) e o vídeo Barrueco (2004) em Memórias Inapagáveis (VideoBrasil, SESC Pompeia, São Paulo).»
Os artistas selecionados apresentarão os seus trabalhos no Museu Coleção Berardo, numa exposição composta por obras inéditas, com inauguração agendada para o dia 17 de junho.
Pedro Lapa, presidente do Júri do prémio NOVO BANCO Photo e diretor artístico do Museu Coleção Berardo, salienta que “No curso das últimas edições do prémio foi possível constituir uma rede própria de conhecimento, circulação e premiação de artistas lusófonos. Todos os países envolvidos tiveram contacto com as práticas artísticas no domínio fotográfico dos seus parceiros, que muitas vezes desconheciam. O prémio tem sido, por isso, um relevante contributo para o aprofundamento desta rede lusófona, que importa salvaguardar num mundo cada vez mais globalizado, onde novas articulações se definem. A continuidade e perseverança destes processos é chave para a sua concretização efetiva. A renovada aposta por parte do Novo Banco é um motivo de louvor e grande satisfação para o Museu Coleção Berardo e para todos os que acreditam na sua pertinência.”