A imagem-armadilha : à volta de Narciso (L’image-piège : autour de Narcisse) — alteração de data
17 JANEIRO 2022 > 17H00 I AUDITÓRIO LAGOA HENRIQUES ////presencial e via zoom
A imagem-armadilha : à volta de Narciso (L’image-piège : autour de Narcisse)
Aula Aberta – conferência por Chakè Matossian, seguida de debate
(Académie Royale des Beaux-Arts de Bruxelles)
No âmbito da Unidade Curricular: Teorias da Arte, Doutoramento em Artes – Artes Performativas e da Imagem em Movimento
Apresentação de Fernando Rosa Dias
Aula Aberta (em português), presencial e aberta ao público, e também via zoom.
Tópico: A imagem-armadilha : à volta de Narciso – 17 JANEIRO 2022 > 17H00 I FBAUL-AUDITÓRIO LAGOA HENRIQUES
Hora: 17 jan. 2022 05:00 da tarde Lisboa
Entrar na reunião Zoom
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/82271740106?pwd=OEVzUkU1RDVvU242SldkL3NDbzR5QT09
ID da reunião: 822 7174 0106
Senha de acesso: 563931
Informa-se que, devido à situação atual de pandemia e a novas medidas de controle, a conferência poderá ser cancelada ou as datas alteradas.
A imagem-armadilha : à volta de Narciso (L’image-piège : autour de Narcisse)
O poder da imagem, tão denunciado hoje, encontra a sua fonte na imagem de si. A minha imagem é a primeira armadilha, como sugere o mito de Narciso, que abordaremos a partir do texto do poeta latino, Ovídio, nas Metamorfoses.
Narciso e o fascínio da imagem (também a da Medusa), como limite de representação, interessarão a muitos escritores e artistas, incluindo Caravaggio (1571-1610), Nicolas Poussin (1594-1665) e Gustave Moreau (1826-1898), de quem serão examinadas algumas obras.
As questões teóricas levantadas pelas representações de Narciso são múltiplas: contorno e forma (deformação, transformação, etc.), reflexo, contraste, limite, a circularidade e suas implicações temporais, matéria pictórica e fluxo, a mise en abîme, por exemplo.
A nossa investigação atravessara também o narcisismo teorizado pela psicanálise (Freud e a pulsão da morte, Lacan e a fase do espelho).
Como Narciso não pode ser separado da ninfa Eco, surge então de imediato a questão da língua. O que significa dizer “eu”? (Benveniste).
O mito de Narciso também nos permite um olhar critico para o espaço público: se há cidades narcisistas reflectidas nos espelhos dos seus arranha-céus (Hubert Damisch), há também uma arte que faz com que seja seu dever acabar com os espelhos lisonjeiros.
A arte crítica, teorizada por Proudhon e realizada por Courbet (1819-1877), mostrará à sociedade a sua verdadeira imagem num novo espelho exibindo o que ela não quer ver.
Terminaremos o nosso percurso, necessariamente inacabado, olhando para uma instalação contemporânea que oferece uma interpretação plástica monumental do mito de Narciso.
Chakè Matossian
Filósofa (Université Libre de Bruxelles) e doutorada em Teoria da comunicação pela UNL (o primeiro Doutoramento do Dpto de Comunicação). Foi professora no Departamento de Comunicação da UNL até 1993 e depois na Académie Royale des Beaux-Arts de Bruxelles. Tem publicado numerosos artigos em revistas académicas, textos de catálogos e participado em simpósios internacionais.
Entre os seus livros publicados, destacam-se Espace public et représentations (Bruxelles, La Part de l’OEil), Saturne et le Sphinx – Proudhon, Courbet et l’art justicier (Genève, Droz). O seu ultimo livro saiu em Junho 2021: “Invisible mais présent en esprit” : le Séducteur de Kierkegaard (Bruxelles, Ousia).