Exposições
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momentum no âmbito do inshadow 2019 — Lisbon Screendance Festival
Dez 01 201922 NOVEMBRO > 18 DEZEMBRO I CISTERNA BELAS-ARTES
MOMENTUM
EXHIBITIONS / INSTALLATIONS
ENTRADA LIVRE // FREE ENTRANCE
21 NOV – 18 DEZ
Segunda, Quarta, Sexta | 15h às 19h
CISTERNA FBAUL
O mundo afigura-se na sombra, entre o visível e o subjectivo, no interior. Aproximar trabalhos de artistas que antes não comunicavam é um exercício intuitivo, revelador de um processo de leitura múltipla, que impulsiona narrativas.
Colocar trabalhos artísticos em diálogo é por si só um desafio exigente, responsável, que permite a correlação directa entre as imagens e as respectivas texturas, escalas, perspetivas. Conseguimos experienciar através da percepção do corpo.
De 21 Novembro a 18 Dezembro, o Festival InShadow regressa à Faculdade de Belas- Artes da Universidade de Lisboa, estreia-se na Cisterna, com o cruzamento entre tecnologia, imagem/som e movimento onde se abre uma janela caleidoscópica em formato de vídeo-instalação para a celebração do centenário da obra coreográfica de Merce Cunningham, com o apoio da Merce Cunningham Trust e da REDIV - Red Iberoamericana de Videodanza. Um loop-vídeo com mais de 7 horas de material cinematográfico raro, algures entre o experimental, o documental e o performático.
Numa mesma relação de vídeo-instalação: Border de Sofia Ferreira Marques, visa questionar os mecanismos políticos e sociais do corpo, criando uma imagem-objecto que reflecte sobre a interferência não-linear de escala e visão. Rafael Raposo Pires apresenta Espaço | Marca numa reflexão do acto de ocupação de terrenos e a sua subsequente marcação que visa explorar a relação entre estruturas verticais inseridas no espaço horizontal. O fotógrafo João Pedro Rodrigues apresenta a exposição In*Outside, uma análise fotográfica do movimento dentro e fora de fronteiras do espectáculo de dança “3,50×2,70″da CiM – Companhia de Dança.
No dia de inauguração são ainda apresentadas a instalação-interactiva VR - Dance in Virtual Reality do colectivo BlackBox Lab que visa desafiar os espectadores a experimentar uma forma imersiva de perspectivas alternativas de um processo de criação de dança, e Inter Faces, uma performance com uma aplicação em realidade aumentada com geoposicionamento, de Régis Costa de Oliveira.
O Festival InShadow revela o melhor da criação artística transdisciplinar que traduz a força da combinação entre corpo, dança e movimento, nas áreas do vídeo-dança, documentário, performance, exposições e instalações, um lugar de encontros imprevisíveis entre o cinema e a dança.
O tema da sombra estende-se por Lisboa na celebração da 11ª edição, conta com mais de 150 artistas, 37 eventos, 3 performances em estreia absoluta, 63 filmes, 11 instalações e exposições, workshops e conversas em vários espaços: Cinemateca Portuguesa, Cinemateca Júnior, Teatro do Bairro, Museu da Marioneta, Espaço Santa Catarina, Espaço Cultural das Mercês, Appleton Square, Ler Devagar, Galeria Otoco, Fnac do Chiado, ETIC e diversas outras parcerias.
O corpo inquieta-se, e volta a imaginar-se na sombra.
Pedro Sena Nunes e Ana Rita Barata
Centenário Merce Cunningham
Trust Foundation e REDIV
FILMES
Border
Sofia Marques Ferreira
VÍDEO-INSTALAÇÃO
IN*OUTSIDE
João Pedro Rodrigues
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA
Espaço | Marca
Rafael Raposo Pires
VÍDEO-INSTALAÇÃO
VR – Dance in Virtual Reality
BlackBox Lab
INSTALAÇÃO INTERACTIVA
Inter Faces
Régis Costa de Oliveira
PERFORMANCE
Alunos FBAUL: Rafael Raposo Pires e Régis Costa de Oliveira
14ª bienal internacional cerâmica artística aveiro 2019
Nov 28 201902 > 30 NOV I AVEIRO /// 16 NOV I SEMINÁRIO INTERNACIONAL OS PROCESSOS PARTICIPATIVOS E A CERÂMICA I AUDITÓRIO DO MUSEU SANTA JOANA, AVEIRO
O objetivo é estimular a cerâmica artística contemporânea, com incentivos à experimentação e à busca de novas tendências.
O evento conta com diversas exposições, conferências, workshops e visitas guiadas.
A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa participa n a XIV Bienal Internacional Ceâmica Artística Aveiro 2019 com o projeto GUIZOS.
Guizos é uma obra composta por diferentes objetos pendulares sonoros. Será uma obra realizada num modelo colaborativo e será produzida por um coletivo constituído por alunos da Unidade Curricular Laboratório de Cerâmica da FBAUL e alguns convidados do campo da criação cerâmica ou da criação sonora. A cada participante é dada a possibilidade de criar um conjunto de elementos com identidade, desenvolvidos a partir da partilha de ideias no grupo, nesta relação de uns com os outros, ampliaremos os conceitos da obra Guizos. Esperam-se desenvolvimentos formais relativos ao espaço e ao corpo, criando uma relação sensível.
A instalação no espaço assume-se como uma partilha que pretende criar relações com o espaço e com o corpo do espetador, os objetos criados produzirão diferentes sonoridades, podem ser suspensos integrando pontos-chave de um percurso ou performativos usados no corpo em ações a delinear.
Pretendemos intercetar o espetador no espaço da cidade, propondo-lhe um circuito e o jogo com os objetos cerâmicos sonoros, suspensos ou sobre os corpos de atores.
No dia 16 de novembro realiza-se o Seminário Internacional “Os Processos Participativos e a CERÂMICA”, no auditório do Museu Santa Joana, em Aveiro.
A Cerâmica tem dado corpo a obras de Arte Pública e Participação – práticas artísticas que incluem os cidadãos nos processos artísticos com diferentes abordagens.
Este Seminário procura dar a conhecer e discutir estas práticas, conhecer os enquadramentos e os processos participativos, partindo da prática e das metodologias desenvolvidas pelos artistas e com isso contribuir para informar o campo da teoria. Pretende igualmente promover o debate, entrelaçar reflexões e práticas, levantar questões inerentes à formação e prática dos artistas nos domínios da educação e da cidadania.
Em Portugal existe um corpo de trabalho desenvolvido por investigadores da FBAUL inseridos nos Centros de Investigação CIEBA e Vicarte, onde estas práticas e as suas bases teóricas são questionadas e experimentadas.
O Seminário procura trazer outros artistas e obras realizadas noutros países para a discussão e abre-se a um público mais vasto fora da academia.
Virgínia Fróis
8 > 14 DE NOVEMBRO – MOSTRA DE OBRAS DE ALUNOS DA FBA NA REITORIA DA ULISBOA
Nov 14 20198 > 14 DE NOVEMBRO | ÁTRIO DA REITORIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA
No âmbito da 1ª Mostra Cultural, organizada pela Reitoria da Universidade de Lisboa, e durante uma semana, no Átrio da Reitoria da Universidade de Lisboa estarão expostas obras de alunos das Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
+info
https://mostracultural.ulisboa.pt/evento-mostra-de-arte.php
Forma
Todos nós realizamos imagens mentais, mas a possibilidade as formalizar, de as tornar reais, de as dialogar e comunicar no lugar de encontro entre o pensamento e a matéria está apenas ao alcance de alguns. A esses chamamos-lhes Escultores. Escultura é a capacidade de passar para a matéria aquilo que todos podem pensar, imaginar ou sonhar, mas só alguns materializar. Em Escultura a ideia determina-se a partir do momento em que se resolve, ou encarna na matéria com toda a carga de limitações que esta comporta. Em Escultura a ideia consuma-se quando esta se define como forma.
A forma pode ser entendida como estrutura ou como disposição das partes. Através dela observamos os elementos em relação a conceitos como simetria, ordem e proporção, aspectos racionais e objectiváveis que podem ser expressos em termos aritméticos. São formas que resultam do desenvolvimento de cânones, a expressão matemática de um conceito de figura humana.
A forma também pode ser tão somente aparência, a realidade que envolve o conteúdo. A forma torna-se então sentido, significado e elemento expressivo. Estas são as formas de expressão puramente formal, em que a fruição se pode obrigar a ser quase táctil.
É através da mão do Escultor que a forma encontra a sua materialidade; forma e matéria, sujeito e objecto, exterior e interior elaborando-se mutuamente. E se à forma é necessário um suporte em que se cumpra, não podemos considerar a matéria como um agente mas como uma mediação.
Mediação é também aquela que é empreendida pelo observador. A forma para se completar, depois de feita, tem de ser mostrada. Só assim é que se ela se conclui. E em cada exposição, em cada mostra, aquilo que se vê não é mais do que os encontros entre o pensamento e a matéria que estão apenas ao alcance de alguns. Neste caso Escultores.
João Castro Silva
Professor Auxiliar Escultor
Catálogo CONTEMPORARY INTERVENTIONS IN MEMORY: DIALOGUES AND SILENCE
Out 30 201925 SETEMBRO > 04 OUTUBRO I SALA 2.30
Inaugurou no dia 25 de setembro, às 18h00, na sala 2.30, a exposição Contemporary Interventions in Memory: Dialogues and Silence. A exposição ficou patente até 4 de outubro.
Composta por trabalhos em diferentes linguagens artísticas, a exposição Contemporary Interventions in Memory: Dialogues and Silence abre ao público no dia 25 de Setembro na Faculdade de Belas- Artes da Universidade de Lisboa.
Com curadoria de Catarina Marques da Silva e Tatiana Engelbrecht, a mostra acontece no âmbito do colóquio internacional Intervir na Memória. Restauros de época moderna em monumentos funerários medievais (séc. XV-XX), organizado pelo Instituto de Estudos Medievais e o Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, juntamente com o Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, que se realiza entre 25 e 26 de Setembro.
Contemporary Interventions in Memory: Dialogues and Silence é resultado de um Call for Works lançado aos alunos da Faculdade de Belas-Artes (pintura, escultura, arte multimédia e fotografia) pela Comissão Científica e Organizadora do colóquio, decorrendo de uma proposta até hoje inédita, que pretende estabelecer uma ponte ideal entre o Ensino e a Investigação, entre especialistas e artistas em formação, entre a Academia e a Arte. A exposição reúne instalações, pinturas e fotografias de Ana Galvão, Ânia Pais, Bárbara Jasmins, Joana Sequeira, Liliana Ferreira, Manuel Ferreira, Ruben Lança e Salomé Lopes que dialogam entre si e propõem uma abordagem contemporânea para o tema do colóquio, buscando estimular a reflexão sobre a arte tumular de época medieval e seu legado enquanto património artístico.
“O objetivo da exposição é prolongar o debate em torno da relevância do património tumular medieval e do impacto das intervenções a que este vem sendo submetido ao longo do tempo”, explica Catarina Marques da Silva. “São obras provocativas, que instigam à reflexão sobre temas como finitude, eternidade, memória, abstração e materialidade.
It Takes Several Minutes For The Eyes To Adjust To The Dark
Out 01 201902 > 18 OUTUBRO I GALERIA BELAS-ARTES
Inaugura no dia 2 de outubro, às 18h00, na Galeria das Belas-Artes, a exposição It Takes several Minutes For The Eyes To Adjust To The Dark., Exposição de Finalistas Design de Comunicação 2018/2019 FBAUL. A exposição ficará patente até 18 de outubro.
horário schedule
2ª a 6ª › 11h–19h
monday to friday › 11am to 7pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
AIGA Eye On Desgin (19.09.2019)
4. It Takes Several Minutes For The Eyes To Adjust To The Dark, graduate exhibition of the Faculty of Fine-Arts of Lisbon
Conta-se que o escritor Vladimir Nabokov disse uma vez que a palavra “realidade”, sem aspas, não tinha qualquer sentido. “A realidade é o ponto de coincidência de ficções diferentes. E se eliminarmos essas ficções fenomenologicamente, como camadas de uma cebola, restaria aquilo que resta na cebola: nada”, escreve Vilém Flusser em clara concordância.
Numa era pós-digital, realidade e ficção diluem-se. Esta indefinição não tem apenas finalidades criativas, artísticas ou lúdicas, mas é muitas vezes instrumentalizada por estruturas mais oficiais ou mais informais de poder, desconstruindo valores como a democracia, a identidade individual e colectiva, a ética, entre outros fundamentos da nossa sociedade.
Antes da sua actual e “desejável” crise de identidade, o design sempre trabalhou com e para o real. Os objectos produzidos pertencem, circulam e (re)constroem a realidade. A efemeridade da maior parte dos artefactos de design de comunicação também contribui para esta ideia de uma disciplina que “serve” o presente. Em suma, o choque inevitável com a realidade define o estatuto social do design. Se design e realidade é um (falso) truísmo, design e ficção será talvez uma hipótese improvável. Perante práticas históricas ou legitimadas — como a literatura e o cinema — o design reclama agora o seu lugar na ficção.
No culminar de um ciclo de estudos em design de comunicação, abordaram-se os dilemas, as contradições e os temas “na ordem do dia” da contemporaneidade. Os projectos ora comentaram, criticaram e ensaiaram a realidade, ora a transformaram em ficção. Aproximámo-nos do cinema, da literatura, dos mitos, mas também dos factos e de uma realidade que teima em sucessivamente apresentar-se, surpreender-nos e desconstruir-se perante o nosso olhar.
ittakesseveralminutes.belasartes.ulisboa.pt
instagram: @ittakesseveralminutes
em cc. — suspensão e gravidade /// finissage 16 outubro
Out 01 2019FINISSAGE 16 OUTUBRO > 17H00 I 19 SETEMBRO > 17 OUTUBRO I CISTERNA BELAS-ARTES
Realiza-se no dia 16 de outubro, pelas 17h00 a finissage da exposição “Em Cc. – suspensão e gravidade” , com apresentação pública dos trabalhos pelos seus autores.
A entrada é livre.
A Cisterna da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa acolhe a exposição de trabalhos desenvolvidos pelos alunos finalistas da pós-graduação em “Discursos da Fotografia Contemporânea” intitulada “Em Cc. – suspensão e gravidade” com curadoria de Sérgio Fazenda Rodrigues.
Esta mostra apresenta os resultados do trabalho autoral desenvolvido pelos alunos desta pós-graduação num espaço em que, para vosso conhecimento, as paredes só têm um lado, a gravidade se faz sentir e o tempo se suspende por instantes.
horário schedule
2ª a 6ª › 11h–18h
sáb › 15h–19h
monday to friday › 11am to 6pm
saturday › 3pm to 7pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
Esta exposição está integrada no Bairro das Artes.
Todos os inícios incorporam o seu próprio fim. A insignificante semente de um carvalho possui já toda a informação genética das condições para o seu desenvolvimento, mutações e morte. Ciclos, de maior ou menor dimensão, constroem um contínuo na espuma dos dias. Os começos e os finais sucedem-se de forma orgânica indiscerníveis na camuflagem das metamorfoses não apreensíveis à visão fragmentária. Mais alguns ciclos terminam com a presente exposição: o do ano letivo 2018/19, o término de algumas colaborações, abordagens, ilusões e desilusões. Em todas elas se funde, numa indistinta massa, o sentido de fecho e de (re)início.
A oliveira não morre por ser transplantada para outro local, apenas reinicia o seu estado orgânico com nutrientes e ventos distintos. Espero que todos aqueles que alteram agora o seu estado possam colher sol e ventos favoráveis nos seus novos terrenos profissionais, quer sejam artísticos ou de outra ordem. No fundo, todos os novos anos são novos. Tudo se passa de modo distinto quer se deva a factores internos ou externos, às dinâmicas de grupo ou apenas ao simples fluir dos dias. Os trabalhos resultantes, tenham maior ou menor importância no percurso de todos os envolvidos, são como partículas em suspenso de um longo caminho. Uma espécie de poeira que se mantém persistentemente no ar após termos pisado a terra. Mais do que a pegada, desinteressante impressão direta, a poeira tem o perturbador efeito de se manter no ar, metamorfosear-se, ligar-se ao vento e deslocar-se para longe. Aí, poderá iniciar um novo ciclo.
Rogério Taveira
(Coordenador da Pós-Graduação em Discursos da Fotografia Contemporânea)
yeti — youth education through illustration
Set 22 201903 > 06 OUTUBRO I QUINTA DAS RELVAS, BRANCA, ALBERGARIA-A-VELHA
O YETI — Youth Education Through Illustration é um encontro internacional de ilustração para jovens cuja programação inclui conferências, workshops, exposições, night talks, música ao vivo e muito mais, onde palco e público se fundem num ambiente intimista, mas de fervilhante inspiração reforçado pela moldura natural ímpar da Quinta das Relvas (Branca, Albergaria-a-Velha)!
Junta-te a nós nesta aventura e reserva já o teu bilhete em yeti.up.pt! Apressa-te, os bilhetes vão esgotar rapidamente!
(Organização composta por vários alunos e ex-alunos da FBAUL. Os alunos da FBAUL e FBAUP usufruem de um desconto de 30%).
feci quod potui — medalha, moeda & objetos
Set 03 201912 > 27 SETEMBRO I GALERIA BELAS-ARTES
Inaugura no dia 12 de setembro, às 18h00, na Galeria das Belas-Artes, a exposição Feci quod potui — Medalha, moeda & objetos de José S. Teixeira, com curadoria de Andreia Pereira Ferreira. A exposição ficará patente até 27 de setembro.
Exposição integrada na 11ª edição do Bairro das Artes.
horário schedule
2ª a 6ª › 11h–19h
monday to friday › 11am to 7pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
No início da década de 1990, uma imagem negativizada e de aparente malbarato da medalha, essa camada artística “menor” dita e redita pelavulgata, desaconselhava José Teixeira a uma abordagem mais ambiciosa. Instigado pelo Professor Helder Batista a integrar as aulas de Medalhística da FBAUL e o grupo Anverso/Reverso, toma a si a tarefa de contornar as dificuldades ínsitas ao desafio e opera a transformação necessária para uma resposta emocional à tentação. Arrancado ao seu meio e aos seus hábitos, é precipitado numa prova para a qual nada o predispusera e adentra-se no universo liliputiano das coisas pequeninas, que cabem na mão, que podem ser tomadas, sopesadas, e apreendidas num só golpe de vista, um universo povoado de formas potenciadas por um novo esforço conceptual, e apimentado q.b. por animadas controvérsias e presunções. A medalha acabaria por se tornar o lugar adequado, o lugar estratégico privilegiado, para a elaboração de um conhecimento sistemático, intrinsecamente transdisciplinar, que doravante se irá converter em profissão de fé. Nesta estrada para Damasco, o escultor será animado por uma consciência cada vez mais sólida e apurada sobre “o que é” e “o que não é” específico da medalha.
O batimento dialético que agita o conjunto de obras que compõem a exposição “José Teixeira – Feci quod potui: medalha, moeda & objetos”reveste-se das arestas estimulantes de um primeiro encontro e atesta a capacidade do escultor em hipostasiar incomensuráveis ordens de realidade, operadas na charneira que articula as duas e as três dimensões. Representa também uma aclaração decisiva da filiação da medalha no universo ubíquo da escultura, correlata à constituição de uma categoria socialmente distinta de escultores cada vez menos inclinados a levar em conta as regras firmadas pelo legado dos seus predecessores, e cada vez mais propensos a libertar a sua obra de toda e qualquer dependência, seja de censuras críticas ou de programas estéticos, seja de controlos académicos ou de encomenda, seja, no limite, de rotulações estanques e delimitações disciplinares restritivas, já que, por princípio, a medalha, à imagem de tantas manifestações artísticas periféricas, se insere por direito no contexto macroscópico da arte contemporânea – o seu tão desejado espaço Schengen.
Chamada a coligir notas capazes de traçar a cartografia desta exposição, aptas a exprimir os matizes do pensamento do autor, ou a indagar a possibilidade de existência de uma identidade de base subjacente às múltiplas e mutáveis expressões deste “povo fictício” – o modelo originário, o a priori das morfologias visíveis –, cedo esbarrei no embaraço de resvalar para as areias movediças de especulações supérfluas, parciais ou mesmo estéreis, trazendo à liça argumentações ásperas, cegueiras terminológicas e fervores ideológicos, birras e diatribes (entre outras idiossincrasias temperamentais),ou pior, considerações servis e condescendentes.
Prescindindo de uma desejável anamnese clínica, a tarefa foi literalmente sustentada por impressões e esfoliações, hipóteses mais imaginadas do que fundamentadas, sem qualquer valor normativo. Sintomas, no curso habitual das coisas, sem pretensão de desemaranhar o fundo alucinatório que a obra ímpar de José Teixeira condensa.
A perversidade de agrupar tamanha disparidade de propostas plásticas sem considerar os seus pormenores múltiplos ou as suas especificidades concretas, passaria por generalizar um aspeto isolado e fazê-lo passar por uma visão de conjunto, o que se traduziria, inevitavelmente, numa perda de amplitude analítica. Qualquer obra é autossuficiente e dispensa dissecações. Dissecar uma obra é fechá-la, despromovê-la ao estatuto de coisa, confinar a sua desejável “abertura”.
Mas eis-me, a contrapelo, munida do pente-dos-bichos, proposta a escrutinar o insondável inventário dos movimentos da alma alheia, buscando uma forma de cartografar a subjetividade e circunscrever o “terreno de combate” do escultor, as diferentes tonalidades do seu pensamento, numa qualquer arrumação sistemática ou tranquilização hierárquica que não violente o seu contexto.
Ataxonomia que anima as obras expostas foi determinada, em parte, por um certo princípio de procedência, que se justifica por considerarmos evocar uma sistematização do pensamento e do comportamento do escultor – a sua cadeia de custódia –, mas exalta também a sua capacidade de flutuar entre opostos, tornando-os operacionalmente compatíveis. Deste modo, a organização da exposição foi balizada pela diferenciação ou aproximação progressivas entre medalhas, moedas e objetos, cotejo necessário para joeirar as singularidades das hipóteses de trabalho, apostando numa distribuição por núcleos onde se perfilam qualidades formais, materiais, conceptuais e funcionais idênticas, eixos temáticos que consolidam, em uníssono, aquelas que são as linhas de investigação substanciais do escultor.
Uma consideração interna inclinar-me-ia a arriscaraquele que considero ser o traço diferencial da obra de José Teixeira e que reside numa reaproximação da medalha ao seu sintagma identitário. Não lhe apaga o potencial subversivo, mas retira-a do “reino universal da anomia”.
O fazer da medalha obedece a regras e reflete constrangimentos, supõe ações, tensões, resistências, mas o plano de trabalho de José Teixeira, preciso e enquadrado – resiste ao plop esquizofrénico da encomenda infundada –, dotado de uma envergadura de enorme subtileza semiótica, é também habitado por pontuais extravagâncias, as quais, por meio de ressaltos e ricochetes, infletem toda a conformação nativa da medalha numa inquietude moderna de vocação plural.
Lúcido, obstinado, autossuficiente e icástico, não persegue o “cliché da novidade” ou a “presunção de modernidade”, não receia a natureza binária do anverso e do reverso, não se verga à lógica da precipitação; compraz-se na sofisticação – numa quase obsessão pelo rigor –, cultiva o dom de “pensar poeticamente”, e anima‑o uma curiosidade especulativa que desemboca na livre perseguição do saber “inútil”. Não depõe armas, combate até à exaustão lógica todas as possibilidades, organiza-as em abcissas e ordenadas, em zonas intersticiais de exploração, em intervalos heurísticos; exalta o espírito militante da investigação científica, o pensamento crítico, o horizonte cívico; de mais a mais, a regra e a lei não excluem o díspar, e também o irónico, o anedótico, o insólito e o absurdo se instalam, um coeficiente de aleatório e de instável que conduz à tal “inquietante estranheza” proliferante em denotações e paradigmas.
José Teixeira encarna a qualidade de estar sempre prestes a ser seduzido pelos objetos, a capacidade de acolher o que é estranho e de assimilar a sua contingência e obscuridade, conferindo‑lhes valor de necessidade e legalidade.
Quando a um pensamento já por si disposto a distrair-se se apresenta uma bifurcação atrativa, um ramal, uma linha de desvio, “Eis um feliz encontro!”
Andreia Pereira
festival ars electronica
Set 02 201905 > 09 SETEMBRO I LINZ, ÁUSTRIA
A convite da organização do Festival Ars Electronica, a área de Arte Multimédia da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa – FBAUL – participa na exposição Campus do Festival, que tem lugar em Linz, Áustria, de 5 a 9 de Setembro de 2019.
O festival, que em 2018 contou com mais de 100,000 visitantes, desenvolve a sua atividade desde 1979 e reúne anualmente investigadores, artistas e cientistas de todo o mundo.
Na edição em que o Ars Electronica completa 40 anos, a exposição Timelessness envolve os participantes numa viagem através de paisagens sociais, estéticas e temporais, apelando ao espaço, à memória e à temporalidade, enquanto ingredientes principais. A exposição reúne um conjunto de projetos artísticos desenvolvidos por estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento, no âmbito da área de Arte Multimédia da FBAUL.
Com a curadoria de Mónica Mendes e de Ana Teresa Vicente, conta com trabalhos de Adriana Moreno, Ana Teresa Vicente, Andreia Batista / André Fidalgo Silva / Luís Morais / Miguel Ribeiro, Joana Resende, João Batista / Noel Martins / Pedro Gonçalves / Hugo Rocha, Pedro Soares e Régis Costa e com o apoio de Patrícia Gouveia (direcção da área), António de Sousa Dias (Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes – CIEBA) e Pedro Ângelo (direcção técnica).
Esta iniciativa tem o suporte da FBAUL / CIEBA, inclui a colaboração de Maurício Martins / Rita Carvalho / Tiago Rorke (MILL) no apoio técnico e documentação, de João Costa / João Rocha (ProjectLabb) na fabricação de suportes expositivos, as parcerias com o Interactive Technologies Institute (ITI / LARSYS) e o Instituto Superior Técnico (IST), e os apoios ARTiVIS, Mira & Mendes e MILL.
O catálogo encontra-se disponível no site do Festival Ars Electronica 2019 sob o tema “Out of the Box”: https://ars.electronica.art/outofthebox/files/2019/08/festival2019.pdf
Além da exposição, a FBAUL é representada na Talk Campus, onde a professora Mónica Mendes participa como oradora convidada na sessão “Universities and their way to…” (https://ars.electronica.art/outofthebox/en/campus-forum/).
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Programa completo: https://ars.electronica.art/outofthebox/files/2019/08/timetable_en.pdf
Secção da exposição no site do Ars Electronica: https://ars.electronica.art/outofthebox/en/timelessness/
+info: http://aec.belasartes.ulisboa.pt
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terra de ninguém
Ago 29 201912 JULHO > 13 SETEMBRO I MUSEU MILITAR DE LISBOA
Inaugura no dia 12 de julho, às 16h30, o Museu Militar de Lisboa, a exposição Terra de NInguém de Catarina Mendes, Cecília Rimbaud, Filomena Rodrigues, Jéssica Burrinha e Liliana Alcaria, alunas do Mestrado em Escultura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Coordenação de João Castro Silva.
A exposição ficará patente até 13 de setembro.
Utilizando a guerra, e os universos a ela ligados, como metáfora – tratando de temas tão abrangentes como fragilidade, dissimulação, apego, perda, separação, memória, esquecimento, partilha – as obras expostas revelam-nos as inquietações de cinco mulheres que questionam o lugar do humano no mundo de hoje.
VITÁCEAS
Ago 20 201908 > 31 AGOSTO I GALERIA BELAS-ARTES
Inaugura no dia 8 de agosto, às 18h00, na Galeria das Belas-Artes, a exposição Vitáceas de Leonor Fonseca, com curadoria de Victor dos Reis. A exposição ficará patente até 30 de agosto.
horário schedule
2ª a 6ª › 11h–19h
monday to friday › 11am to 7pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
Vitáceas é o nome, derivado do latim vitaceae, da família das videiras. As suas bagas há muito que nos alimentam, nos saciam e nos embriagam. A capacidade de alterar a nossa consciência tornou o líquido produzido a partir delas um dos mais primitivos e eficazes instrumentos para, de modo deliberado, nos mascararmos, nos transformarmos, viajarmos e, em última análise, sermos outros.
A série Vitáceas de Leonor Fonseca elege pessoas, processos e instrumentos, direta e indiretamente ligados à produção do vinho, como elementos exacerbadamente visuais. Daqui nascem fotografias que traduzem o excesso inerente a este processo numa narrativa acentuadamente cromática e ficcional, onde a diluição de fronteiras entre géneros, conceitos e convenções – como high e low art, arte erudita e arte popular, criação séria e produção pimba – é parte indissociável do original processo criativo da artista. Sem sobranceria nem altivez, sem desdém.
As obras que Leonor Fonseca aqui mostra são todas elas retratos que, numa profunda empatia com as pessoas e os artefactos envolvidos, transportam para a criação fotográfica este excesso, esta ficção e esta dissolução de fronteiras. Com a mesma inevitabilidade com que as flores das vitáceas podem ser hermafroditas e, na nossa cultura, o vinho se transmuta em sangue e o sangue em vinho.
Victor dos Reis
finalistas de pintura faculdade de belas-artes ulisboa 18’19
Ago 20 2019
30 JULHO > 24 AGOSTO I SOCIEDADE NACIONAL DE BELAS-ARTES
Inaugura no dia 30 de julho às 18h30 a exposição FINALISTAS DE PINTURA FACULDADE BELAS-ARTES ULISBOA 18’19, na Sociedade Nacional de Belas-Artes.
A exposição ficará patente até 24 de agosto.
horário schedule
2ª a 6ª › 12h–19h
sábado › 14h–20h
monday to friday › 12am to 7pm
saturday › 2pm to 8pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, com a prestimosa colaboração da Sociedade Nacional de Belas-Artes, vem dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pelos seus finalistas, dando continuidade a idênticos eventos anteriores.
A exposição abrange a totalidade dos finalistas tendo sido organizada em duas fases distintas: a apresentação de um conjunto de obras escolhidas pelos alunos -por vezes apenas uma obra; a selecção das obras consideradas mais representativas dos percursos efectuados pelos discentes, sem qualquer tipo de actuação censória.
A reflexão sobre as obras expostas, num momento em que a definição de obra de arte parece depender cada vez mais de um acto de legitimação, radica no património de conhecimentos e experimentações efectuadas no seio das diferentes vanguardas artísticas do séc. XX.
Considera-se a possibilidade de, com o nosso olhar de contemporaneidade, recorrermos a teorias e conceitos de artistas que, a seu modo, nos finais do séc. XIX estiveram presentes no surgimento da arte do séc. XX à qual em grande parte ainda estamos ligados, como é o caso de um texto de 1890, no qual Maurice Denis defendia – sob o dogma da sua própria arte – que uma obra de arte antes de ser uma batalha de cavalos, um nu, ou seja o que for, era uma superfície plana coberta de cores segundo uma determinada ordem.
Em abono da verdade, a arte da pintura sempre utilizara a parede, a madeira ou a tela como suporte. O que Maurice Denis não podia adivinhar era a grande transformação que se viria a operar ao longo de todo o séc. XX, quer a nível de materiais/meios, quer na exploração dos elementos da linguagem pictórica. Porém, num princípio tinha razão: a arte possuía e vem possuindo uma determinada ordem, uma estrutura, uma intencionalidade, muito para além da sua referência privilegiando a cor, a saber: uma composição.
Quando posteriormente, noutro texto de 1898, Maurice Denis defendeu, referindo-se aos pintores/artistas que, a criação de uma obra de arte estava no saber e na vontade do artista, deu-nos a seu modo, a chave que nos permite direcionar o nosso olhar para as obras em presença partindo destes dois princípios sugeridos: o saber e a vontade do artista.
Estes jovens autores expondo-se, expõem um percurso feito de uma diversidade de saberes acumulados orientados a partir do desenvolvimento e apuramento das suas propostas de trabalho.
Sem tentações de adjectivação de valor e, ou, de gosto, esperamos que a consolidação dos percursos destes jovens possa coexistir em os dois princípios fundamentais de Maurice Denis que não será demais enfatizar: o saber e a vontade do artista.
João Pais
PRÉMIO CAT 2018—2019
Jul 30 201913 JULHO > 02 AGOSTO I CASA DAS ARTES DE TAVIRA
Inaugura no dia 13 de julho, às 22h00, na Casa das Artes de Tavira, a exposição PRÉMIO CAT 2018—2019, resultado de uma seleção de artistas, da 12ª Edição das GAB-A (Galerias Abertas das Belas-Artes), na FBAUL (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa) nos dias 18 e 19 do mês de Maio no ano de 2018. Esta seleção foi feita por um painel de júris, composto pelos artistas David Evans, Emília Nadal e Margarida Palma.
GAB-A é um evento anual e tem como objetivo de permitir ao público a possibilidade de assistir, em primeira mão, a alguma produção artística facultada pelas áreas de Arte e Multimédia, Ciências da Arte e do Património, Desenho, Design Comunicação, Design Equipamento, Escultura e Pintura, realizada pelos estudantes nos espaços da FBAUL.
A exposição reúne obras dos artistas premiados nomeadamente : Ana Sofia Sá; Beatriz Mónica; Carlos Cavaleiro; Carolina Lino; Hugo Cubo; Juliana Julieta; Leonor Sousa Fernandes; Margarida Andrade; Maria Francisca de Abreu Afonso; Natacha Queirós; Tiago Santos; Vera Kace; assim como, também obras dos elementos do júri que foram convidados a participar.
A partilha do mesmo espaço expositivo entre os artistas premiados e o painel de jurados tem a sua essência nessa sinergia envolvente, que de certo modo constitui um aspecto de novidade, enriquecedor desta exposição. Uma espécie de partilha, entre quem faz e quem vê, promotora de encontros estéticos inesperados.
natura, naturans
Jul 29 201904 > 30 JULHO I GALERIA BELAS-ARTES
Inaugura no dia 4 de julho, às 18h00, na Galeria das Belas-Artes, a exposição Natura, Naturans de Dora Iva Rita, com curadoria de João Paulo Queiroz. A exposição ficará patente até 30 de julho.
FINISSAGE – 25 JULHO | 18h00
horário schedule
2ª a 6ª › 11h–19h
monday to friday › 11am to 7pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
Da Natura Naturans à coisa acabada
1. Modos
Vejo os objetos ambíguos, e por isso ‘valentes’ de Dora Iva Rita, e penso como eles se completam no meu olhar, já longe do seu fazer. O olhar pousa, o meu como o teu, e neles pode descobrir estas coisas.
Talvez reler um pouco de Espinosa que, na sua Ética, pode auxiliar a apreender a contradição que segue encerrada nas coisas, todas, e também afinal no campo a que chamamos arte.
A arte forma-se só fora do útero, já longe das mãos do artista. A arte só é depois dos outros, com o tempo, depois dos olhares, das lembranças, das recordações, e concretiza-se talvez de modo mais definitivo já depois de sair das mãos do seu autor, para ganhar a sua identidade e o seu efeito quando se insere na teia relacional, social, simbólica: são afinal os outros, que não os artistas, que transformam a coisa em arte.
Dito de outro modo, a arte parece ser um ‘modo’ social de uma substância potente que pode ser simbólica. Afinal a arte pode ser um indício, uma modalidade, uma ocorrência, da vasta valência, na qual o simbólico é um modo, que se esconde e em que se transforma o mundo.
2. Coisa acabada
Da possibilidade à coisa, da potência à ocorrência, estabelece-se uma tensão fundamental: a coisa dita opõe-se à possibilidade de dizer, à arbitrariedade da escolha, à modalização da substância. A arte cumpre-se fora do atelier, e só existe enquanto relação. Essa relação, interpessoal, simbólica, pressupõe uma possível substituição, ou melhor, uma representação fundamental. Aqui estamos mais próximos da Natureza Naturans, da possibilidade substancial, antes da definição da ocorrência, do encerramento, e da coisa acabada, Naturata.
Mas a quem cabe a convocatória inicial, a chamada? Pergunto, já a caminho, e no meu caminho.
João Paulo Queiroz, maio 2019
LABORATÓRIO
(NATURA NATURANS)
Entende-se a oficina como um laboratório e o processo artístico como uma forma de pensamento e gnose, onde a forma recondensa e funde outros entendimentos da génese dos mundos e onde dissolver e solidificar são operações básicas da cognição. Quando abordamos a alquimia fazemo-lo numa perspetiva filosófica, na tradição dos muitos pensadores que estão, naturalmente, refletidos neste nosso trabalho. A grande maioria dos tratados conhecidos são ilustrados com aquilo que por vezes é designado por emblemas e que facilitam, ou por vezes disfarçam, a compreensão daquilo que é descrito em palavra. Facilitam e confundem. Palavra e imagem têm um registo simbólico, analógico e velado (ELIADE, 2000). Mas, não obstante a irreverência de querer dizer não dizendo ou desdizendo, a alquimia foi adquirindo determinados padrões iconográficos como se fosse construindo uma linguagem própria que encaminha para as práticas celebradas ou concelebradas (ROLA, 1998).
Na tratadística alquímica as substâncias, sejam elementos minerais puros ou compostos, sejam elementos vegetais ou animais, unem-se por analogias qualitativas ou comportamentais e são sempre tomados como entes (JUNG, 2011). Entes que interagem purificando-se, complementando-se, ou mesmo anulando-se. Estas inter-relações são racionais e intuitivas numa profunda construção do sentido e do sentimento (BARUCH, 1990) e da própria essencialidade do se ser completo e vivente.
Mas é a capacitação narrativa do têxtil e a sua ancoragem nos mitos fundadores o que permite plasticidade e uma facilitação introspetiva a esta amálgama perceptiva que se desenvolve como “matéria-prima” do trabalho que agora se mostra.
E se aqui entendemos filosoficamente a alquimia também nos dirigimos do mesmo modo para o têxtil. Trabalhamos o têxtil enquanto conceito básico do mundo, estrutura da matéria do universo e da sua percepção. Sustentabilidade como integração do singular no múltiplo, das mensagens culturais antigas no nosso momento, da criatividade do pensamento como inteligência, do conhecimento e respeito por si próprio como dignificação do Outro, da possibilidade consciente de tecer transcendências (JUNG, 2009).
Têxtil e alquimia misturam-se em cada trabalho com realce ora para um ora para outro mas sempre num registo de sustentabilidade cultural no sentido mais humilde que ela tem, o do trabalho individual em benefício do ente universal.
Atravessamos momentos em que a globalização se indefine quanto ao rumo por onde hão de enveredar linhas de força opostas: uma no sentido de encontrar um equilíbrio sustentável para 99% da população mundial (tomando mão da divisa do movimento Occupy), com uma organização democrática e polifacetada complexa, imaturamente perceptível em frágeis compromissos ratificados nos encontros de líderes mundiais, protocolos, acordos de princípio, quotas/limite, onde ainda existe muita margem para países não-alinhados; outra força, aparentemente bem enraizada nos bastidores da política mundial, arrebanhando os ministeriáveis mais subservientes, gananciosos e servis, corre ameaçadoramente num sentido contrário à Humanidade, robustecendo compulsivamente a plutocracia de 1% da população mundial, através de uma anosognosia sobre a consecução da hegemonia sobre todos os outros, através da sensação de impunidade por direito moral próprio [anosognosia é a ausência de consciência da própria condição, um sintoma de diversas doenças neurológicas, definido como tal em 1914 pelo neurologista Joseph Babinski (1857-1932)]. Entre esta luta de ideias sobre como construir mundos, as enormes assimetrias vão-se mantendo até que haja a tomada de consciência global de que cada ente é parte deste planeta, de que qualquer parte é parte desse todo, havendo que respeitar por igual qualquer das partes para que exista uma sustentabilidade do todo.
Urge encontrar recursos que consigam equacionar estes problemas ideológicos, sociais, ambientais e geopolíticos de forma a tornar manifestas trajetórias tendentes a que se desenvolvam sociedades mais igualitárias, pacificadas e sustentáveis. Mas os mecanismos existentes, que até agora têm assegurado alguma democracia dos sistemas sociopolíticos, estão ameaçados pelo desgaste dos seus princípios, pelo que se torna necessário agir claramente, com conhecimento e em uníssono, com o fim de criar referenciais fortes e verdadeiros que ancorem a consciência dos povos, dentro da confusa e asfixiante teia global onde nos inserimos, e façam convergir o sentido do mundo global para sociedades mais sustentáveis, justas e livres. Para isso teremos de proceder como sempre se procede em épocas de crise de identidade, confusas e com a consequente perda de consciência própria: olhar por dentro, reconhecer padrões ancestrais, refletir sobre outros modos e processos de fazer mundos, reconhecermo-nos no mito e reabsorvê-lo para, então, depois se projetar e criar com bases consequentes e não manipuláveis por vícios plutocráticos. A sustentabilidade é um sistema em rede em que nada está isolado, por isso o nosso entendimento da sustentabilidade se liga ao de textilidade no encontro de um novo caminho ideológico planetário. A semelhança estrutural entre a sustentabilidade e a matéria têxtil e a relação desta com os mitos fundadores, nesta exposição refletidos através da alquimia, levam-nos a sublinhar a importância da arte têxtil neste contexto. Para haver reconversão sustentável das sociedades há a urgência de criar através da arte, pois a arte criada estabelece pontos por onde emergem sinais vitais de um inconsciente coletivo (JUNG, 2011) que atua como referência transferida para a atualidade da obra. O têxtil encontra-se aqui numa posição privilegiada na comunicação dos paradigmas mitológicos essenciais e geradores, possibilitando uma apropriação metodológica quando usado como matéria galvanizadora da obra. O envolvimento estrutural na ética da sustentabilidade (BARUCH, 1990) permitirá a um mundo doente um processo evolutivo coerente com um sentido universal, reconstruindo-se como um verdadeiro todo, identificado pelas diversas partes, cada uma delas tão inadiável e importante quanto as outras. E isto poderá ser percepcionado através da arte têxtil, que, por inerência, transporta em si as sementes da cura. Criar cura e viver a arte liberta, pacifica e consciencializa o verdadeiro lugar geométrico do ser no universo.
BARUCH, Spinoza, Ética. Lisboa, Relógio d’Água, 1990. ISBN 972-708-166-5
ELIADE, Mircea, O Mito da Alquimia. Lisboa, Fim do Século, 2000. ISBN 972-754-155-0
JUNG, Carl Gustav, Psicologia e Alquimia. São Paulo, Vozes, 2011. ISBN 978-853-264-131-1
JUNG, Carl Gustav, Red Book. Liber Novus. Nova Iorque, Ww Norton & Co, 2009. ISBN: 978-039-306-567-1
ROLA, Stanislas Klossowiski de, Le Jeu d’Or – Figures hiéroglyphiques et emblèmes Hermétiques dans la littérature alchimique du XVII siècle. Londres, Thames & Hudson, 1998. ISBN 2-87811-134-6
Dora Iva Rita, 2019
alfarrobeira, exposição de j. rosa g. no âmbito do projecto evocação — arte contemporânea 2016-2019
Jul 29 2019
23 MAIO > 31 JULHO I MUSEU MILITAR DE LISBOA — SALAS DA GRANDE GUERRA
Informamos que este evento será registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
Na sequência do projeto expositivo Evocação – Arte Contemporânea, a decorrer nas Salas da Grande Guerra do Museu Militar de Lisboa desde 9 de março de 2016, vai inaugurar a décima intervenção intitulada Alfarrobeira de J. Rosa G. no dia 23 de maio de 2019, quinta-feira, às 18h30,
Uma trágica batalha que há 570 anos mudou o mundo em confronto com uma guerra que há 100 anos envolveu o mundo.
Alfarrobeira de J. Rosa G.
Nas salas da Grande Guerra do Museu Militar de Lisboa, decorre a décima intervenção integrada no projeto Evocação arte contemporânea (2016-2019), intitulada Alfarrobeira. Com esta intervenção, de J. Rosa G., as salas da Grande Guerra deste museu são confrontadas com uma homenagem ao Infante D. Pedro (1392-1949), um príncipe perdido no campo de uma batalha nas margens da ribeira de Alfarrobeira, próximo de Alverca, no dia 20 de maio de 1449.
Sendo um príncipe culto e amado por todos, profundo conhecedor do seu tempo, a sua morte alterou o rumo da história porque sem esta batalha e com D. Pedro, tudo teria sido diferente.
E a Grande Guerra que se evoca aqui, sendo uma guerra mundialmente assumida por todos, com muitos soldados desconhecidos de ambas as partes, é igualmente uma ocorrência que alterou o rumo da história. Sem ela tudo seria diferente.
Esta relação entre estes dois momentos, pode ser descoberta na sensibilidade própria do investigador-artista que relaciona o irrelacionável, que diz o indizível, que questiona incessantemente as origens das coisas e dos factos, sempre com uma atitude construtiva de perspetivar outros futuros.
Verificamos que as coincidências entre estes dois factos são o tempo e os lugares percorridos por todos aqueles que buscam soluções para o mundo, tanto de forma consciente como de forma natural. Lugares como Arras, Bruges, Gante, Bruxelas, Lovaina, Nuremberga são por onde passaram o infante D. Pedro em 1425-26, seguramente o primeiro português a viajar pela Europa, numa longa viagem que o leva a conhecer cinco países ao longo de dois anos, num périplo que enquadra a sua grandeza intelectual, cultural e humanista.
São também estes lugares, onde, entre 1916 e 1918, milhares de soldados deram as sua vidas por causa das raízes de uns e de outros. Soldados desconhecidos, não por não se saber a sua identificação, mas porque não lhes foi dado o tempo necessário para nos disserem o que eram e qual seria a sua missão no mundo. Soldados desconhecidos evocados neste evento sob o pretexto do infante D. Pedro, um príncipe português do século XV, humanista, a quem não foi dado o tempo e o espaço para exercer o seu saber. Se o fosse tudo seria diferente.
O que J. Rosa G. nos propõe é o questionamento do destino perante a vida e a morte, perante a “pedra-príncipe” e o “pranto”, perante a sensibilidade estética própria de um artista ao escrever um livro-obra como lugar de registos do pensamento vivo e universal, em sintonia com o seu tempo. Uma evocação dos desconhecidos de uma guerra grande e mundial e de uma batalha nas margens de uma ribeira salientada pela relevância da sensibilidade histórica e estética de J. Rosa G. Temos deste modo três tempos, 1449, 1918 e 2019 em sintonia, por intermédio da estética de uma obra que inevitavelmente nos supera a todos.
Uma obra que resulta de investigação histórica, de pensamento estético, de intuição envolvida na procura da essência da arte. Um livro sobre Pedro e Pranto, sobre a força do ser e a emoção, sobre a questão da falta e da ausência, sobre o destino. Pedro e Pranto é um pensamento sobre como o mundo poderia ser diferente se uma batalha, se uma guerra não tivessem existido, se não houvesse necessidade de prantos, se os homens se tivessem entendido pela palavra ou pela arte, e não se servissem apenas destas como instrumentos de poder.
Ilidio Salteiro, 2019
J. Rosa G.
Nasceu em 1961 em Vale de Açor, concelho de Ponte de Sor.
Desde 1995 efetuou mais de 120 livros de autor, únicos ou de tiragem reduzida e realizou as seguintes mostras:
Exposições Individuais:
2004 – “dos livros que não se lêem”, Biblioteca Nacional, Lisboa,
2007 – “O Livro de Pan II e Outros Livros”, Museu da Água em Lisboa.
2013-15. “Milagre – Elogio aos Painéis de Nuno Gonçalves”, Capela do Fundador do Mosteiro do Mosteiro da Santa Maria da Vitória, Batalha.
Exposições colectivas:
1999 – Artistas Com Timor, Armazém 7, Lisboa.
2006 – Caligrafias, Casa Fernando Pessoa, Lisboa.
2012 – Arquivo Secreto, Arquivo Fotográfico de Lisboa, com o livro inédito: 744-252.
Off The S{h}elf: The Self and Subjectivity in the Artist’s Book, Londres, 2012, com o livro: A Look Against Narcissus.
2012 – 3ª Feira do Livro de Fotografia, Fábrica do Braço de Prata, Lisboa.
Mais informações:
Este projeto tem os apoios do Museu Militar de Lisboa, da Faculdade de Belas-Artes da Universidade, do Centro de Investigação e Estudo em Belas Artes e das Galerias Abertas da Belas-Artes.
Museu Militar de Lisboa, Largo Museu da Artilharia. 10h / 17h (encerra 2ª feira). T: 21 884 2300.Transportes: Santa Apolónia (Carris, Metro, CP).
Diretor do Museu Militar de Lisboa: coronel Luís Paulo de Albuquerque.
Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa: professor Ilídio Salteiro.
https://evocacao14-18.blogspot.pt/p/hugo-ferrao.html
http://issuu.com/i.salt/docs/cat__logo_1?e=13899296/33822672
Corpos Desconhecidos – Exposição individual de Artur Ramos
Eranos — Bang! Bang! A consciência de si - Exposição individual de Hugo Ferrão
Gravidade – Exposição individual de José Teixeira
Campo Santo – Exposição individual de Manuel Gantes
Entre o Céu e a terra – Exposição individual de João Paulo Queiroz
Guerra e Espelhos – Exposição individual de António Trindade
Link para memória do esquecimento global – Exposição individual de Rocha de Sousa
A menina (não) fica em casa – Exposição individual de Isabel Sabino
OSSOS - Exposição individual de João Castro Silva
Curadoria: Coronel Luís Paulo de Albuquerque e Professor Ilídio Salteiro
Apoios: Museu Militar de Lisboa; Comissão para a Evocação da Grande Guerra; Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; Centro de Investigação e Estudo em Belas-Artes; Galerias Abertas das Belas-Artes.
LUDOFOLIA – Exposição
Jul 11 20199 > 28 JULHO I CENTRO CULTURAL DA MALAPOSTA
Inaugurou no dia 9 de julho, no Centro Cultural da Malaposta, a exposição Ludofolia, com trabalhos de alunos de Pintura da Faculdade de Belas-Artes e curadoria de Ilídio Salteiro e Maitena Etchebarne. A exposição ficará patente até 28 de julho.
BEATRIZ CHAGAS, RAFAEL FRÁGUAS, LUÍS PERERÊ, JOANA APARÍCIO TEJO, JOSÉ SOTOMAYOR e MADALENA CARAMELO
Organização: Malaposta, Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Centro de Investigação e Estudo em Belas-Artes
Centro Cultural da Malaposta
Rua de Angola – 2620-492 Olival Basto (estação de metro do Sr. Roubado, linha amarela)
9 a 28 JUL , 3ª feira a sábado, das 14h00 às 18h00 (em dias de espetáculo a exposição estará aberta até cerca das 22h00)
ENTRADA LIVRE
Exposição de seis jovens artistas cujas obras dialogam em desafio com o espaço polivalente do Centro Cultural Malaposta. O contexto expositivo encerra um conjunto de formas, cores, histórias e conceitos num formato tão crítico quanto lúdico que determina o ponto de convergência da prática e obra dos artistas. Assim, articulam-se fórmulas e joga-se com o inconveniente num momento de abertura ao olhar, à experiência e à interação.
Pause – exposição de Kwan Tse
Jul 03 201919 JUNHO > 12 JULHO I CAPELA DA FACULDADE DE BELAS-ARTES
No dia 19 de Junho, às 19h00, inaugura na Capela da Faculdade de Belas-Artes a exposição “Pause” de Kwan Tse, aluna do Mestrado em Arte e Ciência do Vidro e da Cerâmica, da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, através da Unidade de Investigação VICARTE – Vidro e Cerâmica para as Artes.
horário schedule
2ª a sáb › 11h–19h
monday to saturday › 11am to 7pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
Whatever triggers the emotional feeling, will always be dissipated… Sadness, disappointment and even resentment, will gradually fade away. We would then return to our “normal life”, following the rhythm and rules created by our society, leaving only memories, a diminute kernel of what once was, behind.
Artist statement
- Art enables us to find ourselves and lose ourselves at the same time -
My work aims to animate the interconnection of the environment and beings. I craft and reform objects into a contraption in order to generate an extraordinary dialogue. Through the intrinsic properties of glass, by modelling, moulding, tweaking and cajoling, expanding and oppressing, I create objects to experience the struggle and the tension between my inner self and the outer world.
POST—ISM
Jul 01 201928 JUNHO > 07 JULHO I FABRICA FEATURES LISBOA
Exposição / Projetos
Mestrado em Design de Comunicação
Belas-Artes, ULisboa, 2018/19
Inauguração
27 de Junho das 18:00h às 21:00h
POST–ISM apresenta projetos desenvolvidos na disciplina de Projeto II do Mestrado em Design de Comunicação (Belas-Artes, ULisboa) que abordam as formas de comunicação, produção e disseminação de conhecimento atuais, evidenciando os ismos que emergem (a)pós o impacto massivo dos sistemas digitais e da internet na cultura contemporânea.
Os projetos refletem o momento atual caracterizado pelo questionamento das ideologias e premissas que regem o conhecimento estabelecido, abordando os modos de ação e comunicação que o desestabilizam na era pós-internet. Interrogam os pressupostos inerentes à inclusão e exclusão social, sob os ismos do género e da raça, que condicionam a diversidade e representatividade cultural na academia e nos domínios da tecnologia e do design. Evidenciam a volatilidade do conhecimento sob o impacto da internet e consequentes paradigmas de incerteza, pós-verdade, desinformação e manipulação. Comentam ainda a soberania dos metadados e da agência algorítmica e o seu impacto na socialização, ao mesmo tempo que tiram partido da confluência entre media para refletir sobre a forma como estas tecnologias moldam a nossa percepção e experiência da realidade.
Exposição
28 de Junho – 07 de Julho 2019
10:00h – 21:00h
Fabrica Features Lisboa
Rua Garrett, 83, 4.º Piso
Organização
Mestrado em Design de Comunicação
Belas-Artes, ULisboa
Com o apoio de Fabrica Features Lisboa
guizos
Jun 25 2019
25 > 29 JUNHO I GALERIA BELAS-ARTES
Inaugura no dia 25 de junho, às 18h00, na Galeria das Belas-Artes, a exposição Guizos. A exposição ficará patentes até 29 de junho.
horário schedule
2ª a 6ª › 11h–19h
monday to friday › 11am to 7pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
Guizos[1], é o resultado de uma oficina dirigida a todos os alunos, realizada na FBA em dois fins-de-semana nos dias 01 e 15 de Junho, tem como objectivo o desenvolvimento da ideia inicial e ampliar os conceitos da obra. A apropriação e a partilha criará novas relações e diferentes sons.
A OFICINA de GUIZOS decorre das 10h00 às 18h00
INSCRIÇÕES até dia 25 de maio para virginiafrois@gmail.com
A instalação propõe uma interacção com os objectos suspensos, intercepta o espectador.
Daremos a ver o trabalho final dos alunos desenvolvido em aula.
Apresentam-se no espaço da Galeria e jardim e na Cisterna.
[1] Guizos é uma obra nova de Virgínia Fróis pensada em resposta ao convite da Câmara Municipal de Aveiro, para integrar o espaço publico integrada no programa da Bienal Internacional de Cerâmica de Aveiro em Novembro de 2019
PROGRAMAÇÃO/CRONOGRAMA
[1] Guizos é uma obra nova de Virgínia Fróis pensada em resposta ao convite da Câmara Municipal de Aveiro, para integrar o espaço publico integrada no programa da Bienal Internacional de Cerâmica de Aveiro em Novembro de 2019
eu e o outro // livro de artista
Jun 11 201912 > 21 JUNHO I CISTERNA E GALERIA BELAS-ARTES
Inaugura no dia 12 de junho, às 18h00, na Cisterna das Belas-Artes, a exposição Eu e o Outro resultado do Exercício I dos alunos de Escultura II. A coordenação e a montagem da exposição serão acompanhadas pelos professores Virgínia Fróis e Sérgio Vicente. Livro de Artista inaugura no mesmo dia, na Galeria das Belas-Artes.
As exposições ficarão patentes até 21 de junho.
horário schedule
2ª a 6ª › 11h–19h
monday to friday › 11am to 7pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
Eu e o outro, é o Exercício I/Escultura II, com o objectivo de explorar um espaço interior tomamos a Cisterna do Convento como um centro, e por momentos experimentamos as relações entre os corpos que a habitaram. O retrato como um conhecimento do outro e de si, jogando com a luz natural da cisterna e a sombra, tentando (in)possibilidade de se ver.
O enunciado: fazer o retrato de um colega e um auto-retrato, usando a câmara do telemóvel.
Neste processo tivemos como referência Jorge Molder e Medrado Rosso e com a apresentação do recente trabalho de Leonor Fonseca a quem pedimos o acompanhamento dos alunos e um visionamento e escolha das fotografias, um olhar externo.
O Exercício II/Escultura II, os alunos trabalham a pares e fazem moldes da sua cabeça. O recentrar, o encapsular, o experimentar ver do avesso com a pele.
Na Cisterna depois gravamos experimentamos o corpo no espaço e apresentamos a instalação.
Livros de artista, é um Exercício final focado na escolha dos alunos de lugares eleitos resultante do mapeamento do seu percurso de casa à escola. Na Galeria sobre as mesas
festival soma
Jun 04 2019
01 > 08 JUNHO I FBAUL
SOMA é um festival que visa proporcionar um encontro na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
O evento surge de uma vontade em repensar a Faculdade enquanto um espaço expositivo, tendo como principal objectivo estimular o encontro de diversas práticas artísticas. Assumido enquanto organização independente, sem quaisquer fins lucrativos, o SOMA consiste numa mostra de exposições de artistas de dentro e fora da faculdade. Conta ainda com eventos pontuais desde concertos, performances ao vivo, conversas, sessões de cinema e escuta sonora, a acontecer de 1 a 8 de Junho.
O Festival SOMA termina com a Sunset Party no sábado dia 8 de junho.
o corpo da fisionomia
Mai 17 201909 > 29 MAIO I GALERIA BELAS-ARTES
Inaugura no dia 9 de maio, às 18h00, na Galeria das Belas-Artes, a exposição O Corpo da Fisionomia de Artur Ramos. A exposição ficará patente até 29 de maio.
horário schedule
2ª a 6ª › 11h–19h
monday to friday › 11am to 7pm
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
Muitas vezes fazemos um desenho e ficamos satisfeitos com o resultado, mais tarde desapontamo-nos ao olhar para o mesmo desenho, ele parece não resistir à ausência do seu modelo. Nos meus trabalhos procuro que o desenho resista à passagem do tempo e ao desaparecimento do seu próprio referente.
Esta seleção de trabalhos testemunha um percurso de anos em torno do retrato e da figura humana, tema a que me dedico exaustivamente quer como docente quer na minha investigação e prática artística. Mostram diferentes aproximações ao nível do detalhe fisionómico, da estética e dos processos de registo envolvidos. Mas aquilo mais importante que os une é o facto de terem sido executados sempre a partir da presença do modelo. Como tal, este tirar do natural impõe um limite de tempo. Ao fim desse tempo e a partir do próprio desenho, descobre-se quase que intuitivamente a ordem e a lógica que une as diversas partes do rosto e dão verdadeiramente sentido à fisionomia. Essa coerência que se pensa ter vislumbrado, mas que parece fugir constantemente, é a motivação para começar um novo desenho. Esta lógica que se encontra exemplarmente na concordância dos traços do rosto estende-se também a todo o corpo. Ou seja, para além dos cânones, podemos acreditar que existe para cada corpo uma concordância onde a cada orelha só pode corresponder um dedo ou uma linha do joelho. É esta especial relação que tento alcançar frente ao modelo. Assim, cada retrato é uma aposta num sentido fisionómico que nunca está confirmada e cada figura é uma confirmação de como a perfeição e o cânone é algo muito longínquo.
Lisboa, 9 de Maio 2019
Artur Ramos
Do Retratar enquanto problema
Se o desenho tem na sua génese um exercício de pensamento, a coincidência entre ver e pensar alcança no acto de retratar o seu mais alto expoente. Observação: concentrar-se no natural, e abstracção: sondar o essencial de uma presença, mobilizam a circularidade bidireccional que ora aproxima ora distancia o sujeito (retratista) em relação ao seu objecto. Este, por sua vez, não é um modelo a reproduzir, mas um outro sujeito a desvendar. O retratista enfrenta o problema da realidade e da idealidade: ver no presente o possível, na actualidade uma memória.
A autenticidade do retratado não poderia resultar da objectividade neutra – a adequação a esquemas descritivos da anatomia, ou a tipos genéricos da fisionomia humana –, muito menos, do subjectivismo dos estilos pessoais ou de ensaios de uma imaginação abandonada ao seu livre curso. A intuição da natureza característica de um ser humano e a sua apresentação em imagem dá-se num processo temporal contínuo que vai traduzindo e fixando em traços seus os traços identitários que compõem uma individualidade. O retratista enfrenta o problema da mobilidade e da permanência: ver na sucessividade a simultaneidade.
Muito discutida tem sido a questão da individualidade e, por maioria de razão, a questão da identidade pessoal, e qualquer definição peca por limitativa. Simplificando, dir-se-á que uma pessoa é a unidade indivisa entre subjectividade e corpo: um Eu corporizado. No caso do retrato, a personalidade mostra-se tanto mais rica quanto mais dela transparecer uma figura viva, um rosto que é o rosto de um corpo determinado e no qual se espelham sinais da vida interior. O retratista enfrenta o problema da revelação de estratos profundos em forma acabadas: transitar da multiplicidade à unidade, e desta àquela.
A investigação teórica e artística de Artur Ramos prossegue um intenso trabalho de resolução destes, que são, em última análise, problemas fundamentais da existência humana. Nos desenhos agora expostos, a expressão da individualidade estende-se da caracterização minuciosa das feições de um rosto à totalidade de um corpo peculiar, esbatendo a hierarquia entre cabeça e corpo e adensando o mistério de uma vida que é tanto vida quanto morte.
Adriana Veríssimo Serrão
Artur Ramos, nasceu em Aveiro em 1966. Licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa em 1992. Mestre em Estética e Filosofia da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 2001. Doutor em Desenho pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa em 2007. É docente de Desenho na FBAUL desde 1995. É autor de várias publicações sobre retrato das quais se destaca o livro publicado em 2010, Retrato: o Desenho da Presença.
Participou em inúmeras exposições das quais se destacam as exposições individuais: Da Beleza Da Sombra À Luz Do Olhar, desenhos e pinturas, na Galeria SOCTIP em Lisboa em 1992, Desenhos, na Galeria da Sociedade Cooperativa de Gravadores Portuguesa Gravura, em Lisboa, 1995, O Olhar da Paisagem, Desenho e Pintura, na Galeria de Colares em Colares, em 2004 e Corpos Desconhecidos, no Museu Militar de Lisboa em 2018.
O seu estudo académico e a sua produção artística questionam os limites da correção sem a perda da semelhança na representação da figura humana e em particular no retrato. Como pode um retrato ou uma figura ser mais convincente que o próprio modelo. Como pode uma representação mostrar tudo aquilo que a pessoa é mas que dificilmente dá a ver, é a principal questão que os seus textos, desenhos ou pinturas procuram formular.
IT TAKES SEVERAL MINUTES FOR THE EYES TO ADJUST TO THE DARK Design e ficção—uma hipótese
Mai 17 201913 > 20 MAIO I FBAUL
Mostra de Finalistas de Design de Comunicação (take 1)
13 a 20 de Maio, vários espaços das belas-artes
It takes several minutes for the eyes to adjust to the dark apresenta um conjunto de ficções desenvolvidas pelos alunos finalistas de Design de Comunicação, que partem de um processo subjectivo de adaptação de um filme. A partir da ficção, os espaços ou ambientes imersivos que agora se expõemtestam a hipótese de se estabelecer uma relação (inusitada) entre cinema e design, para além das inevitáveis zonas de influência ou de fascínio, ou dos contratos recorrentes e utilitários de colaboração entre as duas disciplinas (cartaz, genérico, etc.). Por outras palavras, questionámos como pode a ficção, a partir da zona de influência directa do cinema, servir o projecto. Por outras palavras, como pode a ficção servir ao design.
O primeiro momento da mostra de alunos finalistas de design de comunicação inclui ainda um ciclo de cinema composto por alguns dos filmes que serviram de mote à actividade projectual.
PROGRAMA
13 de Maio
Sheltered
(a fiction based on Safe de Todd Haynes)
Sala de convívio AEFBAUL, 10h-13h
Encenado
(a partir de Portrait of Jason de Shirley Clarke)
Sala 4.05, 10h-13h
Searching for Norma Desmond
(a fiction based on Sunset Boulevard de Billy Wilder)
Sala 4.14, 14h-16h
Puro e duro: e se a nossa pequenez fosse a única ficção?
(uma ficção a partir de Belarmino de Fernando Lopes)
Átrio 4.15, 14h-16h
14 de Maio
As Mil e Uma Noites, Vol. 1 O Inquieto (Miguel Gomes, 2015)
Capela, 18h
15 de Maio
Por minha culpa
(uma ficção a partir de Redemption de Miguel Gomes)
Sala 3.67, 10h-13h
If_then. Do you know what your actions will do for us all?
(uma ficção baseada em O Laço Branco, de Michael Haneke)
Sala 4.22, 10h-13h
Tecto: muralha urbana
(uma ficção a partir de La Haine de Mathieu Kassovitz)
Sala 4.14, 10h-13h
Religiosae opus apes
If women were the dominant gender, what would have changed today.
(uma ficção baseada em La Religieuse de Jacques Rivette)
Capela, 14-17h
A fight is never just a fight
(uma ficção a partir de São Jorge de Marco Martins)
Átrio 4.15, 14h-17h
Estado d’Alma
(uma ficção a partir de JFK de Oliver Stone)
Sala 4.19, 14h-17h
F for Fake (Orson Wells, 1963)
Capela, 18h
16 de Maio
La Mujer sin Cabeza (Lucrecia Martel, 2008)
Capela, 18h
17 de Maio
Safe (Todd Haynes, 1995)
Capela, 18h
18 e 19 de Maio (GAB-A)
As foretold
(a fiction based on Barry Lindon by Stanley Kubrick)
Galeria AEFBAUL
Towards the Omega Point
(a departure from The Headless woman by Lucrecia Martel)
Grande Auditório
Daze
On and beyond the unconscious, our thoughts, our inner selfes, are dazed by revelations
(a fiction based on Clockwork Orange by Stanley Kubrick)
Sala 3.49
Hypnopompic State
What if there were no barriers between dream and reality?
(a fiction based on The Sacrifice de Andrei Tarkovsky)
Sala 4.05
Pode ser vento/eco/silêncio/sombra
(uma ficção a partir de Através das oliveiras de Abbas Kiarostami)
Sala 4.09
A memória e a gente: um manual revisto da história portuguesa possível (segundo as lições de José Hermano Saraiva)
(uma ficção a partir de Reminiscences of a journey to Lithuania, por Jonas Mekas)
Sala 4.12
O imprudente
(uma ficção a partir de As Mil e uma noites, vol. 2 O desolado, de Miguel Gomes)
Sala 4.15
Lilith 99942—O Onírico e o Fim do Mundo
(uma ficção a partir de Dancer in the Dark de Lars von Trier)
Sala 4.25
20 de Maio
Sans Toi ni Loi (Agnès Varda, 1985)
Capela, 18h
todos somos água
Mai 17 201916 > 23 MAIO I CISTERNA BELAS-ARTES
Inaugura no dia 16 de maio, às 18h00, na Cisterna das Belas-Artes, a exposição Todos somos Água de Mikha-ez, com coordenação de João Castro Silva e curadoria de Francisca Gigante e Gabriela Giménez. A exposição ficará patente até 23 de maio.
horário schedule
2ª a 6ª › 10h–12h e 14h-18h
dias 18 e 19 de maio > 14h-19h
Para marcar visitas fora deste horário por favor contatar: mikhaez@usal.es
monday to friday › 10-12am and 2-7pm
18th and 19th may > 2-7pm
To plan a visit on another schedule please contact: mikhaez@usal.es
Informamos que este evento poderá ser registado e posteriormente divulgado nos meios de comunicação da instituição através de fotografia e vídeo.
Tejo
Para quem é de Lisboa o rio Tejo é nosso, não nos interessa de onde veio nem para onde vai.
Para os lisboetas o Tejo é mais do que um rio, é, como Garrett o descreve, um pequeno mar fechado[1] que condensa aquilo que o Mediterrâneo representa para a cultura clássica.
O rio Tejo de Lisboa não tem um curso, não é linear – como a perspectiva judaico-cristã do tempo – não tem uma trajectória circunscrita por uma linha histórica determinada, uma série evolutiva de fatos históricos inéditos. Não é uma sucessão contínua de eventos irrepetíveis e irreversíveis nem uma recta ininterrupta de registos históricos singulares onde todos os eventos possuem sentido, na medida em que ocorrem em vista de uma finalidade última.
Para os lisboetas, tal como o seu Rio, a natureza segue um trajecto circular, símbolo da perfeição. O Tejo de Lisboa não tem um começo nem um fim, nem nascente nem foz, é cíclico – como a abordagem que os gregos primitivos e os camponeses[2] fazem do tempo. É uma permanente sequência de ciclos repetitivos sem começo nem fim, um eterno retorno, um círculo inexorável.
Mais do que um rio, o Tejo de Lisboa é um mar, que se chama da Palha, e toda a vasta região à sua volta, um “mar entre terras”[3]. Um centro vital, uma unidade funcional geradora de coerência económica, política, social e cultural.
Mas “a visão escatológica do cristianismo promoveu o sentido de mudança progressivo”[4] e para o homem moderno, seguindo também o pensamento de Newton, o tempo tem direcção, a mudança é progressiva, a linha recta é o percurso natural de toda a matéria em movimento. Há um início e há um fim. A água do “nosso Rio” chega a Lisboa envenenada pelos vazamentos, a montante, de esgotos domésticos e industriais e de material radioactivo. Elevados níveis de fósforo e de azoto e baixo teor de oxigénio que não permitem vida.[5] Os 1.007 quilómetros de curso do Tejo são usados como despejo.
A partir do ano de 1981 é feito o primeiro transvase do rio Tejo para o rio Segura, na província de Múrcia, a maior obra de engenharia hidráulica da Península Ibérica. “O projecto foi criticado desde o primeiro dia pelos defensores do rio de várias províncias da região autonómica Castela – la Mancha. A resposta do Estado espanhol foi sempre a da valorização económica de um bem que dizia existir a mais no Tejo e a menos no levante espanhol.”[6]
Neste momento cresce o número de movimentos de defesa do rio. Tenta-se convencer o Estado espanhol a reduzir o caudal do transvase. Nas regiões afectadas de Castela – la Mancha não se pede apenas a redução do caudal mas o seu fim, especialistas garantem que, “a bacia do rio Segura tem recursos próprios suficientes para responder a todas as suas necessidades de água actuais e futuras desde que ambientalmente sustentáveis.”[7]
Diz-nos John Berger que “A história moderna tem início – em momentos diferentes e em diferentes lugares – quando o princípio do progresso tornou-se o móvel e o objectivo da história.”[8] Baseadas numa visão judaico-cristã do tempo, as culturas do progresso, imaginam uma expansão, são orientadas para o futuro porque este é a esperança de qualquer coisa melhor e maior. Para a cultura grega clássica arcaica, camponesa, tudo está condenado a girar eternamente na roda da história, o futuro é uma sequência de actos. “Cada ato passa uma linha pelo olho da agulha e a linha é a tradição. Não se imagina nenhum aumento global.”[9]
Se os dois modos de conceber o tempo poderão ser irreconciliáveis, já que “Os dois movimentos são duas maneiras diferentes de percorrer um círculo. (…) Aqueles que possuem uma visão linear do tempo não conseguem aceitar a ideia do tempo cíclico: ela cria uma vertigem moral, já que toda sua moralidade se baseia na causa e efeito.”[10], o que Mikha-ez nos propõe é tentar harmonizar a visão moderna de tempo – consumista, selvagem, destruidora – com a dimensão cíclica de eterno retorno – natural, equilibrada, sustentável – pela condição intrínseca da água, de sermos água.
João Castro Silva
Lisboa, 14.03.19
[1] “a imensa majestade do Tejo em sua maior extensão e poder, que ali mais parece um pequeno mar mediterrâneo” in GARRET, Almeida, Viagens na Minha Terra, ed. Europa América, s/d, p. 46
[2] “o camponês possui basicamente uma visão cíclica do tempo. (…) Aqueles que possuem uma visão cíclica do tempo conseguem aceitar com facilidade a convenção do tempo histórico, que são simplesmente os vestígios da roda a girar.” in BERGER, John, Terra Nua, (trad Roberto Grey) ed. Rocco, Rio de Janeiro, 2001, p. 15
[3] MATOS, José Sarmento de, As Chegadas, ed. Temas e Debates, 2008, p. 35
[4] TUAN, Yi-Fu, Topofilia, um estudo da percepção atitudes e valores do meio ambiente, ed. Eduel, Londrina, 2012, p. 207
[5] https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/como-espanha-envenena-a-agua-do-rio-tejo
[6] https://www.publico.pt/2017/11/19/sociedade/noticia/o-que-e-o-tejosegura-1793081
[7]ibidem
[8] BERGER, John, Terra Nua, (trad Roberto Grey) ed. Rocco, Rio de Janeiro, 2001, p. 18
[9]Ibidem
[10] BERGER, John, Terra Nua, (trad Roberto Grey) ed. Rocco, Rio de Janeiro, 2001, p. 15
1007 km mede o Rio Tejo, o rio mais longo da Península Ibérica, desde que nasce em Fuente García (Teruel, Espanha) até que derrama as suas águas no Oceano Atlântico, passando antes pelo Mar da Palha (Lisboa, Portugal).
Um dia todos fomos peixes, propôs o artista carioca Ernesto Neto na sua exposição da Blue Foundation em Barcelona[1]. Todos somos água é uma reflexão sobre essa substância que temos em comum, essa que no começo da vida é cerca do 70% do nosso corpo, uma percentagem muito semelhante à que ocupa na superfície terrestre. Afinal, como Jean-Luc Nancy disse em Corpus, o nosso corpo é “un peso específico de agua y de hueso”[2].
A instalação, concebida para a Cisterna da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, é estruturada através de uma linha imaginária composta por três colunas de som. Uma “linha” que reproduz simbolicamente a rota da água do Rio Tejo, o Mar da Palha e o Oceano Atlântico. Três colunas de som, localizadas em ambas extremidades e no ponto médio da cisterna, que reproduzem em loop os sons dessas três águas de naturezas tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo. Uma “linha” que é também uma guia para o trajeto empreendido pelo usuário neste espaço escuro que cheira a humidade, que é preenchido com uma espécie de bruma onde um vídeo é projetado e atravessa esta neblina. Uma metáfora do curso da vida, que começa nas águas do ventre materno e, como um rio que flui de uma fonte, atravessa os obstáculos alargando-se no final do seu caminho, repleto de experiências.
Mikha-ez
[1] NETO, Ernesto, «Um dia todos fomos peixes», Blue Foundation, acesso dia 19 de junho de 2018, www.blueprojectfoundation.org/es/exposiciones/item/um-dia-todos-fomos-peixes.
[2] NANCY, Jean-Luc, Corpus (Madrid: Arena Libros, 2010), 11.
![E_2019_GABA](https://www.belasartes.ulisboa.pt/wp-content/uploads/2019/04/E_2019_GABA.jpg)
gab-a — 13ª edição das galerias abertas das belas-artes
Mai 17 201918 > 19 MAIO - 14H/19H – ENTRADA LIVRE
Durante o fim-de-semana de 18 e 19 de maio de 2019 a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa vai acolher a 13ª edição das GAB-A / Galerias Abertas das Belas-Artes.Participam alunos e ex-alunos dos vários cursos que a escola integra: Arte Multimédia, Ciências da Arte e do Património, Desenho, Design de Comunicação, Design de Equipamento, Escultura e Pintura.
As GAB-A são um fórum de discussão e mostra de jovens artistas, produtos de investigação artística e obras em contexto de ensino superior artístico público, integrados no espaço físico onde são pensados e produzidos.
Não é uma comum exposição em galeria, museu ou centro cultural. É a abertura dos espaços de trabalho e de investigação artística que a Faculdade de Belas-Artes contém, num espírito de oficina, de atelier ou de estúdio.
As GAB-A são um evento de partilha com públicos exteriores que depende da vontade dos seus participantes, das solicitações, motivações, e da oportunidade e convites que, depois de cada edição, lhe são dirigidas.
É um espaço de grande informalidade, com a presença dos jovens autores. Um fórum / feira, onde se ensaiam questões pragmáticas como o universo do contacto com o mundo exterior, a constituição de grupos e projetos ou a definição de estratégias de ações futuras. Um momento de troca de experiências e de aplicação de conhecimentos.
Nas GAB-A não há seleção de obras nem de participantes por qualquer entidade que não o próprio autor, possibilita-se que cada estudante teste a sua capacidade de decisão, de autocrítica e de autonomia. São convidados a participar todos os alunos que o queiram fazer, todos os que tenham a segurança e a determinação que qualquer profissão exige.
Possibilita-se a fruição de um ambiente de fórum de arte atual, no contexto do seu núcleo embrionário (o local de aprendizagem e investigação) o que propicia interrogações sobre os mundos, sobre a arte e sobre o mundo da arte.
Nas GAB-A estabelecem-se pontes entre todos os ciclos e níveis de ensino. Participam alunos que frequentam a Faculdade há seis meses ao lado de outros que a frequentam há muitos mais anos (licenciandos, mestrandos e doutorandos).
![E_2019_PARTES_exposições](https://www.belasartes.ulisboa.pt/wp-content/uploads/2019/05/E_2019_PARTES_exposições.jpg)
festival partes 2019
Mai 16 2019
15 > 31 MAIO
Exposições
Pintura
inauguração 15 maio > 18h00
Auditório Escola Superior de Tecnologia da Saúde
15 > 31 de maio
Desenho
inauguração 16 maio > 18h00
Átrio do Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva
16 > 31 maio
Fotografia
inauguração 17 maio > 18h00
Espaço cultural AGEAS Seguros
17 > 31 maio
Data limite de inscrições – 10 de abril
Cerimónia de abertura – 17 de abril
O Festival das Artes do Parque das Nações é um projeto da Junta de Freguesia em parceria com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa que pretende dar a conhecer o trabalho de artistas locais.
Desenvolve-se em dois momentos, um de aprendizagem e outro de exposições. O PaRTES 2019 conta ainda com a parceria do Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, Grupo AGEAS Portugal, Escola Superior de Tecnologias da Saúde (ESTeSL) e Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Este ano há novidades. As áreas de intervenção artística privilegiam os trabalhos de desenho, pintura e fotografia. Cada residência artística é liderada por um mentor convidado, que irá orientar um grupo de artistas amadores no desenvolvimento dos projetos.
No final da residência as obras farão parte de uma exposição coletiva, aberta ao público. À semelhança de anos anteriores, cada mentor irá dinamizar um workshop gratuito, aberto à comunidade, com a duração de 1 dia. Este ano os workshops têm como áreas de intervenção as técnicas de Pergamano, Pintura e Desenho Urbano. Prepare o talento, as tintas e os pincéis para mais uma jornada que junta o trabalho artístico e uma dinâmica de grupo que faz do PaRTES um dos programas mais participados do Parque das Nações.
Pode participar de duas formas:
Residência artística + exposição – Durante cerca de um mês, os artistas de uma determinada categoria trabalham sob orientação de um artista mentor para o desenvolvimento de uma obra conjunta ou de trabalho individual a expor durante o período de mostra coletiva. Cada grupo e respetivo mentor são responsáveis por planear, assegurar a curadoria, montagem e desmontagem de cada exposição, em articulação com o espaço onde esta decorrer. As exposições, uma por cada categoria, contarão com trabalhos realizados pelos artistas participantes e pelo menos uma peça colaborativa desenvolvida durante a residência artística. Para se inscrever nas residências preencha o formulário.
Workshop – Durante um dia são realizados workshops, abertos à comunidade, proporcionando aos participantes uma experiência ou primeira abordagem à criação artística nas artes visuais. Esta aprendizagem é dinamizada por artistas convidados e artistas de edições anteriores. Os três workshops (pergamano, pintura e desenho urbano) realizam-se em simultâneo, no dia 27 de abril, das 14h00 às 19h00, nas instalações do IPDJ. Para se inscrever nos workshops preencha o formulário.
O PaRTES abre oficialmente as portas com uma sessão inaugural no dia 17 de abril, que coincide com o início das residências artísticas. É importante a presença de todos os participantes. Este é o dia das apresentações dos parceiros, dos mentores e dos grupos e a opotunidade para saber mais sobre as etapas, técnicas, métodos e temáticas a utilizar, tanto nas residências artísticas e exposições como nos workshops.
Pintura – segunda a sexta-feira, entre as 09h00 às 20h00, no IPDJ;
Fotografia – terças e quintas-feira, das 17h às 20h e sábados à tarde, das 14h00 às 19h00, na AGEAS;
Desenho – segundas-feira entre as 10h00 às 18h00 e sábados entre as 14h00 e as 18h00, no Pav. Conhecimento.
No final de cada residência, cada participante deve propor ao seu mentor quais os trabalhos a expor. A selecção final de trabalhos, bem como a curadoria da exposição fica a cargo do mentor, de acordo com a seguinte programação de inauguração das exposições:
Pintura – 15 de maio, na ESTESEL
Fotografia – 16 de maio, na AGEAS
Desenho – 17 de maio, no Pavilhão do Conhecimento, Ciência Viva
No dia 27 de abril, realizam-se os workshops, das 14h00 às 19h00.
Stefano Serafin: arte em estado de guerra – exposição
Mai 15 20197 MARÇO > 12 MAIO | Galeria Avenida da Índia
Conversa com
Marta Frade, Conservadora de Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e Paula Pinto, Curadora da exposição.
Sábado, 11 de Maio, 16h00
Galeria Av. da Índia
A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa participará nesta exposição organizada pela EGEAC e com a curadoria de Paula Pinto, com a obra Leoncino piangente [Leão choroso], pertencente à sua Coleção de Escultura.
Esta obra, não datada e de formador desconhecido, é uma cópia/redução em gesso do leão que integra o Monumento a Clemente XIII da autoria de Antonio Canova (Basílica de S. Pedro, Vaticano).
A exposição inaugura no dia 7 de Março, às 18h00.
Galeria Avenida da Índia
Av. da Índia, nº 170, Lisboa (Belém)
3ª a domingo | 10h00 – 13h00 e 14h00-18h00
As fotografias de Stefano Serafin (Possagno, Veneto, 1862-1944) que retratam a destruição das esculturas de Antonio Canova (Possagno, 1757-1822) durante a Primeira Guerra Mundial têm um forte impacto tanto na história fotográfica da reprodução de obras de arte como na história dos próprios objectos. Estas fotografias representam o limite da destruição a que as obras de arte estão sujeitas. Elas já não representam as esculturas de António Canova.
A reconstrução das obras por Stefano Serafin, o conservador da Gipsoteca desde 1891, obrigou à assunção destes objetos não como artefactos únicos, mas antes enquanto objetos sujeitos a transformações. Invocando as várias fases do processo criativo de Canova que originaram os diversas artefactos em gesso existentes na Gipsoteca de Possagno (Veneto), Serafin reconstruiu a maior parte dos gessos a partir das correspondentes esculturas em mármore. Ao fazer moldes das obras em mármore para recuperar os gessos, o conservador reverteu a hierarquia de alguns destes objetos, uma vez que transformou aqueles que eram considerados modelos originais, em cópias. Mas estas inversões chamaram atenção para a complexidade dos processos reprodutivos desenvolvidos por Antonio Canova, na elaboração de originais.
As suas fotografias captaram a “aura” dos gessos do escultor neoclássico. Embora a ideia de facsimile seja primordial para a tecnologia reprodutiva em gesso, o restauro provou identificar melhor os processos transformativos pelos quais as obras de arte passaram. Os restauros de Serafin ajudaram a recuperar o domínio da tradição da escultura, perdido no acesso às obras de arte através de reproduções fotográficas. Desconsiderada como reprodução “não-interpretativa”, a fotografia de obras de arte, tal como os calcos de gesso de obras tridimensionais foram ironicamente apropriados pela História da Arte e pelos museus de cópias por se tratarem de objetos ocultos ou transparentes; foi a suposta inexistência de condição visual e até material que permitiu aos objetos reprodutivos serem utilizados como “genuínos”.
No entanto, no presente caso, mais do que destruídos, estes gessos tornaram-se autónomos. As fotografias de Serafin não são autorais e seguramente não procuram esteticizar a brutalidade da guerra; em vez disso, revelaram a capacidade do meio fotográfico se inventar. A fotografia, também ela reprodutiva, evidencia a capacidade de se distanciar do objeto de arte em si mesmo, para o documentar tal como ele se encontra num determinado espaço e ao longo do tempo. Se a fotografia era considerada um meio de preservação da destruição das obras de arte desde a sua origem, as fotografias de Serafin são como o retrato de Dorian Gray, que envelhece enquanto os gessos mantêm a sua aparência através de sucessivos restauros. Como consequência do seu valor documental, o museu condenou estas fotografias à invisibilidade. Alguns dos negativos de vidro de Stefano Serafin sobreviveram à Segunda Guerra Mundial e ao desinteresse institucional pela reprodução fotográfica. Hoje, eles próprios no seu limite de sobrevivência, são os últimos registos materiais dos gessos originais de António Canova e o seu valor imagético torna visíveis os processos da história que a obra de arte esconde.
Paula Pinto
Curadora
Upcycling – Sobreciclagem
Mai 01 201922 > 30 MAIO I CORREDOR DO AUDITÓRIO LAGOA HENRIQUES
Exposição de trabalhos de alunos do 1º ano da Licenciatura em Design de Equipamento.
Os alunos da UC Projecto-I 2018-19 da Licenciatura em Design de Equipamento, organizados em equipas de quatro elementos e ao longo de quatro semanas, conceberam objectos que incorporam materiais tradicionalmente desvalorizados. Estes materiais têm uma de duas origens: já cumpriram um ciclo de vida, integrados num produto descartado, ou são resíduos de um processo de produção fabril.
Os objectos agora concebidos levam os materiais a uma segunda utilização, operando uma sobreciclagem ou upcycling dos mesmos.
Os novos objectos cumprem funções de contentor ou de apoio ao estar num espaço semi-público.
Esta é a exposição dos protótipos e das maquetas daqueles objectos.
arco lisboa 2019
Mai 01 201916 > 19 MAIO I CORDOARIA NACIONAL
A ARCOlisboa 2019 que se realiza entre 16 e 19 de maio, acolhe a participação de mais de 70 galerias de 17 países.
a Ministra da Cultura aceitou o convite da ARCOlisboa e no próximo dia 16 de Maio desloca-se à Cordoaria para uma conversa aberta com estudantes de artes.
Criação artística e formação: perspetivas para o futuro
Com Graça Fonseca, Ministra da Cultura
Moderação de Ana Cristina Cachola, Curadora e Professora Universitária
16 de maio, 17h_18h
ARCOlisboa 2019
Espaço de Apresentações, Pátio Nascente, Cordoaria Nacional, Avenida da Índia, Lisboa
Estudantes universitários, alunos e alunas de escolas de artes de todo o país são convidados a participar num encontro com a Ministra da Cultura, Graça Fonseca, que se realiza no dia 16 de maio, quinta-feira, pelas 17h, no âmbito da edição de 2019 da ARCOlisboa.
O encontro Atividade artística em Portugal: perspetivas para o futuro surge de uma proposta feita à Ministra da Cultura pela organização da ARCOlisboa e tem como principal propósito auscultar as futuras gerações de profissionais de artes, artistas e agentes artísticos. Estudantes de artes de universidades e escolas portuguesas são convidados a participar numa conversa aberta com a Ministra da Cultura, colocando questões, partilhando as suas expetativas e múltiplas perspetivas sobre o que poderá ser o futuro da atividade artística em Portugal
O encontro é aberto a toda a comunidade de estudantes de artes e envolve um convite especial a onze escolas e universidades participantes no programa A Arte e os seus Públicos, uma iniciativa conjunta da ARCOlisboa e da Câmara Municipal de Lisboa que, pelo segundo ano consecutivo, permite a centenas de alunos e professores de artes de todo o país o acesso livre à Feira de Arte Contemporânea de Lisboa.
A sessão de perguntas e respostas terá uma duração limitada e recomenda-se às alunas e alunos que desejam garantir a sua intervenção o pré-registo a partir das 16h45 no espaço de apresentações da ARCOlisboa, Pátio Nascente da Cordoaria Nacional, onde irá decorrer o encontro. A participação na sessão de perguntas e respostas é reservada a estudantes do ensino superior, alunos e alunas de cursos de artes.
A secção inédita ÁFRICA EM FOCO, organizada pela curadora Paula Nascimento, reúne 6 galerias de Angola, Uganda, Moçambique e África do Sul, e apresenta uma série de conversas temáticas sobre as artes e as culturas contemporâneas do continente africano.
O programa OPENING, dedicado a projetos com o máximo de sete anos de existência, conta com a representação de 9 galerias selecionadas pelo curador João Laia.
A secção de PROJETOS regressa ao Torreão Poente para mostrar 9 projetos individuais de artistas representados pelas suas galerias.
No Pátio Nascente decorrem as conversas promovidas pela ARTS LIBRIS, sobre o estado atual das publicações de arte, e as apresentações EM QUE ESTOU A TRABALHAR?, com a participação dos curadores e artistas Filipa Oliveira, Manuela Moscoso, Irene Campolmi, Jesper Just, Manon de Boer, Bruno Leitão, Mónica de Miranda, André Cunha, Nadine Seigert, Musa paradisíaca, entre outros.
No Torreão Nascente (Acesso EGEAC) concentram-se as secções e atividades de acesso totalmente livre da ARCOlisboa:
ESPAÇOS DE ARTE E REVISTAS Art Curators Grid (PT), Gasworks (UK), Vegap (ES), Artes Brasileiros (BR), Artreview (UK), C & (DE), Contemporânea (PT), Dardo (ES), Frieze (UK), Mousse (IT), Select (BR), Terremoto (MX), Umbigo (PT)
ARTS LIBRIS com mais de 40 editores e publicações de arte representados
MILLENIUM ART TALKS: Fóruns Colecionismo e Foco África com a participação de Francesca Thyssen-Bornemisza, Chus Martínez, Pedro Gadanho, Paula Nascimento, Raphael Chikukw, Miguel von Hafe Pérez, Azu Nwagbogu, Jeanne Mercier, João Laia, António Cachola, Marie Helene Pereira, entre outros.
Horários:
16 e 17 de maio, quinta e sexta-feira: 14h às 21h
18 de maio, sábado: 12h às 21h
19 de maio, domingo: 12h às 18h
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