A “Arte” do Gesso: Entre a criação e a réplica. Estudo e preservação
8, 9 e 10 NOVEMBRO 2021 | Lisboa | Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa
INSCRIÇÕES ABERTAS
Data limite de inscrição:
Autores – 29 de Outubro de 2021
Restantes participantes – 3 de Novembro de 2021
Faça AQUI a sua inscrição
Inscrição público em geral (presencial ou online): 50€
Estudantes universitários (extra FBAUL – presencial ou online): 25€ (mediante comprovativo)
Docentes, alunos e alumni da FBAUL, autores membros do CIEBA, alunos membros do CIEBA, membros das Comissões Científica e Executiva (presencial ou online): Gratuito (inscrição obrigatória)
Apresentação e objetivos
A «Arte» do Gesso tem vindo a ser valorizada pela nossa historiografia ao longo dos últimos anos. De facto, foi no fim do século XX que começaram a surgir os primeiros estudos mais aprofundados relativos à aplicação do gesso na decoração arquitetónica e um novo conjunto de artistas estucadores passou então a ser conhecido e valorizado. No entanto, as questões relativas com a própria prática escultórica, foram secundarizadas até muito recentemente. A utilização do gesso como material da produção artística tem sido uma constante ao longo dos séculos. A sua extrema facilidade de preparação e maleabilidade tornam-no um material de eleição, quer para a decoração arquitetónica quer para a escultura, devido à sua capacidade de imitação de outros materiais nobres e, especialmente, por ser reprodutível através de moldes.
No campo da produção artística, mesmo não representando muitas vezes o trabalho final, as peças podem mostrar-nos as intenções originais dos artistas ou os vários estudos e fases da criação de uma peça. A sua preservação pode significar a manutenção da memória do próprio processo de criação.
Por outro lado, a sua utilização para a realização de moldes e posteriores réplicas ou reproduções, de fácil transporte, permitiu a disseminação das formas tridimensionais por todo o mundo, levando as grandes obras de arte a quem nunca as conseguiria ver pessoalmente. Nas Academias do século XIX, tornou-se prática a troca de moldes das principais esculturas dos grandes museus e coleções, tendo como objetivo a criação de conjuntos de modelos para a aprendizagem dos alunos. Paralelamente, na decoração arquitetónica assistimos ao mesmo fenómeno, encontrando em edifícios desta época elementos copiados de importantes monumentos nacionais e estrangeiros.
A importância crescente do ensino da Arte Industrial veio também dar grande importância à aprendizagem através da observação e reprodução dos grandes modelos artísticos, nacionais e internacionais, procurando a criação de uma nova expressão plástica, assente na tradição artística.
Este método de ensino ainda hoje é comum, mantendo-se uma prática ancestral de aprendizagem dos artistas, razão pela qual os nossos alunos continuam a aprender as bases para o seu futuro desenvolvimento artístico através do desenho, da pintura, da escultura ou mesmo da cópia.
Apesar da sua presença em museus no século XIX não se ter mantido na centúria seguinte, que gradualmente se afastou da ideia do Museu Universal, atualmente, as reproduções das grandes obras primas são em si objetos valorizados, formando coleções de grande dimensão, que urge conservar, e que têm vindo a ocupar lugares de destaque em inúmeros museus e galerias de arte no contexto internacional.
A preocupação com a preservação destes elementos é neste momento uma questão vital. É essencial a manutenção destas peças, não só como material didático ou registo da criação artística, mas, também, por se tornarem testemunhos únicos do estado das peças no momento da sua realização, ou mesmo da existência de algumas obras de arte que desapareceram ao longo do século passado.
Também a área da Conservação e Restauro tem vindo a desenvolver estudos dedicados a estas questões, não só sobre o conhecimento das técnicas de produção e sua evolução, como sobre o tipo de tratamento realizado ao longo dos tempos. A estes aspetos veio aliar-se importância da informação recolhida através dos métodos de exame e análise. Com o manancial de informação resultante destes estudos, reúne-se informação, cada vez mais completa e elucidativa, sobre o estado de conservação das peças e procedimentos a seguir para a sua preservação.
Linhas temáticas
- Memória histórica / História da Arte
- Produção artística
- Ensino
- Preservação, Conservação e Restauro
- Outros assuntos
Línguas Oficiais
Português e Inglês
Comissão Organizadora
Alice Nogueira Alves
Ana Mafalda Cardeira
Jorge dos Reis
Maria Teresa Sabido
Marina Albuquerque
Marta Costa Frade
Miguel Gomes
Rogério Taveira
Virgínia Glória Nascimento
Comissão Científica
Fernando António Baptista Pereira (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
Luís Jorge Gonçalves (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
José Teixeira (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
Artur Ramos (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
Eduardo Duarte (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
José Viriato (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
Luísa Arruda (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
Cristina Branco (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
Eduarda Araújo (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)
Alexandre Mascarenhas (Instituto Federal MInas Gerais – campus Ouro Preto – IFMG-OP)
Eduarda Vieira (Escola da Artes da Universidade Católica do Porto)
Maria João Neto (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
Marize Malta (Escola de Belas-Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Ana Ritto (Colégio das Artes da Universidade de Coimbra_Ceis20)
Eckart Marchand (The Warburg Institute – University of London)
Tomas Macsotay (University Pompeu Fabra – Barcelona)
Matthew Sullivan (University of York)
Rune Frederiksen (Ny Carlsberg Glyptotek – Copenhagen)
Mads Kullberg (The Royal Danish Academy of Fine Arts – Copenhagen)
Alice Thomine-Berrada (École Nationale Supérieure des Beaux-Arts – Paris)