o traço com que firo as minhas telas — exposição de moita macedo / curadoria de fernando antónio baptista pereira
26 JANEIRO > 26 FEVEREIRO I FUNDAÇÃO ARPAD-SZÈNES – VIEIRA DA SILVA
24 FEVEREIRO > 18H30 I FINISSAGE – VISITA GUIADA PELO CURADOR FERNANDO ANTÓNIO BAPTISTA PEREIRA
O TRAÇO COM QUE FIRO AS MINHAS TELAS
pintura e desenho de Moita Macedo (1930-1983)
curadoria de Fernando António Baptista Pereira, docente da Faculdde de Belas-Artes da Universidade de Lisboa
O Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva inaugura uma exposição antológica do pintor e poeta Moita Macedo (1930-1983).
José Albano Pontes Santos Moita Morais de Macedo nasceu a 17 de Outubro de 1930, em Benfica do Ribatejo, e faleceu em Lisboa a 18 de Maio de 1983. Depois de cumprir o serviço militar na Antiga Índia Portuguesa, Moita Macedo ingressou na Siderurgia Nacional onde trabalhou vinte e quatro anos. Em 1963 conheceu Almada Negreiros e, dois anos depois, Artur Bual, influência marcante nos caminhos informais e gestualistas da pintura e do desenho que realizou intensivamente a partir dos inícios da década de 1970 e até à sua morte. Num dos poemas que escreveu, referindo-se à dualidade poética e pictórica da sua obra, disse: Pintei versos / Escrevi quadros.
Postumamente, a sua obra literária foi editada, com prefácio de Urbano Tavares Rodrigues, e a sua vasta obra plástica foi alvo de estudos aprofundados, em volumes dedicados à Pintura e ao Desenho, assim como tem sido apresentada em inúmeras exposições de carácter antológico, em diversos museus e galerias do país, com catálogos prefaciados por destacados críticos de arte.
A presente exposição, num dos lugares-notáveis da Abstração em Portugal, toma como título um dos significativos versos do seu poema «Definição de uma plástica» – o traço com que firo as minhas telas – e vai permitir um novo olhar sobre a obra multiforme e experimental deste artista pouco conhecido, em que, além de se apresentarem as variantes formais e as temáticas estruturantes da mesma, na sua relação com a escrita e a poesia, se estabelecem igualmente pontes de contacto e inevitáveis contrapontos com as obras dos dois grandes artistas a que é dedicado o Museu.
A exposição estará patente ao público até 26 de Fevereiro.
Fernando António Baptista Pereira
Curador